ECONOMIA
Inadimplência no comércio cai 55% em João Pessoa
Dados do SPC mostram que setembro fechou com queda de 55,16%.
Publicado em 04/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 16:07
Há pouco mais de uma semana da data, as vendas para o Dia das Crianças no comércio de João Pessoa parecem mais favoráveis aos lojistas, caso a greve dos bancários não atrapalhe. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostram que o mês de setembro fechou com queda de 55,16% no número de consumidores inadimplentes, no comparativo com o mesmo período do ano passado. Também ficou positiva a taxa de reabilitação ao crédito, que aumentou em 2,53% na capital.
Em setembro do ano passado, a cidade de João Pessoa tinha 3.803 pessoas incluídas no SPC, enquanto este ano o volume de endividados caiu para 1.705 (-55,16%), maior queda do ano. No acumulado do ano (janeiro a setembro), o recuo foi de 12,49%, saindo dos 25.426 para 22.092 consumidores endividados.
Também foi registrada queda na inadimplência no comparativo de setembro sobre agosto deste ano, quando foram incluídos 2.210 consumidores no SPC (-29,6%).
Além da queda nos novos devedores, a “lista suja” do SPC foi enxugada, comparando os meses de setembro de 2012 e 2013.
Este ano, 1.621 consumidores limparam o nome e reabilitaram o crédito, quantitativo 2,53% maior que o mesmo período do ano passado, quando 1.581 consumidores saíram do SPC. Apesar do aumento, quando analisado o acumulado do ano, o número de pessoas que reabilitaram o crédito é menor: de janeiro a setembro de 2012 foram 15.942, contra 14.669 este ano.
O diretor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em João Pessoa, Lindembergh Vieira, disse que o cenário é extremamente positivo para a economia da cidade, que se recupera do fraco desempenho vivido em todo o país. “O resultado é muito bom, sobretudo nas condições em que vive a economia nacional. Costumo dizer que o paraibano é bom pagador e hoje há muitas pessoas querendo negociar seus débitos. O consumidor hoje está procurando negociar mais, não quer ficar com o nome sujo”, explicou.
De acordo com Lindembergh Vieira, os programas sociais do governo federal vêm influenciando ainda mais essa procura por negociar os débitos dos consumidores inadimplentes. “Eles têm procurado bastante a negociação, em quantidade maior que anos atrás. Acredito que programas sociais como o 'Minha Casa, Minha Vida' vêm ajudando neste aspecto, pois as pessoas devem estar com a ficha limpa para ter acesso ao benefício”, disse.
TAXA DE Endividamento
O nível de endividamento dos consumidores na região metropolitana de João Pessoa caiu pelo segundo mês consecutivo. No mês de setembro, o índice registrou um total de 73,68% de endividamento, contra 75% no mês anterior. Os dados foram coletados e divulgados pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais da Paraíba (Ifep-PB). Na comparação de setembro de 2013 sobre igual período de 2012 , o nível de endividamento apresentou uma queda de 3,21 pontos percentuais.
Segundo o presidente da Fecomércio Paraíba, Marconi Medeiros, “a redução verificada na taxa de endividamento do consumidor paraibano neste mês pode ser atribuída, em parte, à cautela dos consumidores em contraírem novas dívidas, reflexo dos aumentos na taxa básica de juros da economia (Selic) que torna o crédito mais caro, além das incertezas relacionadas ao câmbio e inflação.” É importante frisar que dívidas voluntárias são aquelas adquiridas em compras parceladas no cartão de crédito, cartão de loja, cheque especial, entre outras, e que os resultados desta pesquisa são baseados em dados obtidos diretamente nas opiniões dos consumidores.
Na análise por sexo, as mulheres apresentaram maior redução no endividamento (-1,5p.p.), contra 1,03p.p. dos homens. Já em relação à faixa etária, os consumidores entre 37 e 47 anos foram os que mais reduziram as dívidas (-2,74p.p.). Por faixa de renda, os consumidores que ganham até dois salários mínimos foram os que registraram maior retração (-3,1p.p.). Mais uma vez, o cartão de crédito aparece como principal motivo do endividamento, com 71,43% dos consumidores, seguido por financiamento de veículos (18,57%), prestação de casa própria (7,86%) e empréstimo pessoal (5,36%).
Em relação à taxa de comprometimento da renda familiar com o pagamento de dívidas, a pesquisa revelou que no mês de setembro, os consumidores dedicaram, em média, 38,75% da renda com pagamento das dívidas. Este resultado representa uma redução de 0,80p.p se comparado ao mês anterior, quando foi registrada uma taxa de 39,55%.
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