ECONOMIA
Indústria criativa tem baixo salário
Dados do Mapeamento da Indústria Criativa do Brasil, colocam a Paraíba no terceiro lugar do ranking dos piores salários.
Publicado em 15/11/2012 às 6:00
A Paraíba tem a terceira pior remuneração média do país para profissionais da Indústria Criativa. Uma extensa lista de 14 categorias - dentre elas, aquelas às quais pertencem arquitetos, atores, publicitários e jornalistas paraibanos - ganha, em média, R$ 3.010. O valor pago no Estado só não é pior do que os registrados no Ceará (R$ 2.386) e no Mato Grosso (R$ 2.952). Mesmo assim, a média ainda é bem acima da remuneração dos demais setores (R$ 1.419) em 2011.
Os dados são do Mapeamento da Indústria Criativa do Brasil, organizado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), com base em informações do Ministério do Trabalho. A média brasileira de remuneração para o setor (R$ 4.693) é 55% acima da paraibana. Os arquitetos e engenheiros são os profissionais mais numerosos do país, com quase 230 mil empregados. No Estado, eles têm os melhores salários, contabilizando uma média de R$ 6.405. Já de 2010 para 2011, foram os atuantes do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que obtiveram aumento salarial mais significativo, saindo de R$ 4.428 para R$ 5.524 (24,7%).
Apesar da média de remuneração abaixo do país, dez dos 14 segmentos criativos apresentaram crescimento da renda na Paraíba, com destaque para Moda (21%), Artes (16,2%) e Mercado Editorial (14,7%). “O setor de Biotecnologia, por ainda ser muito pequeno no estado [apenas 60 profissionais formais], está sujeito a maiores oscilações da renda média e por isso foi o que registrou a maior queda [-15,7% %], saindo de R$ 2.979 para R$ 2.513”, comentou o especialista da Firjan Gabriel Bichara.
Segundo ele, de maneira geral, todos os setores da Indústria Criativa no Estado ainda têm um caminho a trilhar para que o segmento alcance a renda média brasileira e de demais estados do Nordeste. “Ainda assim, os profissionais criativos paraibanos recebem quase três vezes mais que a média de todos trabalhadores do estado [R$ 1.293]”, acrescentou.
Entre os 'mal pagos', estão aqueles que trabalham com Artes Cênicas (R$ 929), Filme e Vídeo (R$ 752), Expressões Culturais (R$ 747) e com Música (R$ 737). “Os setores de Expressões Culturais e Moda possuem, de fato, remuneração média abaixo da brasileira. Contudo o crescimento da renda e a mudança do padrão de consumo da população deve impulsionar esses setores nos próximos anos”, finalizou Bichara.
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