ECONOMIA
Inflação segue no limiar da meta para o ano
Mesmo com índices baixos em julho e na prévia de agosto, a inflação segue no limiar da meta do governo para o ano (6,5%).
Publicado em 21/08/2014 às 8:25 | Atualizado em 08/03/2024 às 17:43
Mesmo com índices baixos em julho e na prévia de agosto, a inflação segue no limiar da meta do governo para o ano (6,5%), com perspectiva de preços em aceleração no restante do semestre num cenário de economia estagnada, segundo analistas.
Após o IPCA (índice oficial) ficar em 0,01% em julho, menor nível em quatro anos, a inflação inverteu a tendência e voltou a subir nos primeiros dados deste mês, puxada pelo reajuste de energia.
O IPCA-15 (prévia do índice que baliza a meta do governo, com a diferença de coletar preços do dia 15 do mês anterior ao 15 do mês de referência) ficou em 0,14% em agosto (ante 0,17% em julho), em nível historicamente baixo. Mas a taxa em 12 meses pouco caiu -de 6,51% para 6,49%.
Nesse contexto e sob o prisma de uma inflação maior nos meses a seguir sem o impacto da deflação dos alimentos em julho e na prévia de agosto e mais reajustes de energia pela frente, analistas dizem que permanece o binômio: inflação elevada e fraco crescimento econômico em 2014.
É esperada uma queda do PIB na faixa de 0,5% no segundo trimestre, diante de menos dias úteis em razão da Copa, que afetou ainda mais a já combalida indústria e fez o comércio vender menos. Analistas esperam uma expansão de 0,6% a 0,8% do PIB neste ano. Se confirmada, será a menor marca desde 2009, auge da crise global.
E é justamente o menor ritmo da economia, com freio do consumo num ambiente de juro elevado, crédito restrito e esfriamento do mercado de trabalho, que pode evitar que a inflação estoure a meta, dizem analistas. Para Adriana Molinari, economista da Tendências Consultoria, a desaceleração dos preços de serviços -com menor pressão de alimentação fora de casa e hotéis- mostra que famílias perderam ímpeto para consumir.
Os serviços, no IPCA-15, que haviam subido 0,97% em junho, reduziram a alta para 0,50% em julho e 0,23% em agosto. "Já há algum arrefecimento dos serviços, o que reflete demanda mais fraca e a piora do nível de atividade da economia", diz Molinari.
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