ECONOMIA
Insegurança atrapalha serviços 24 horas
Empresários alegam que custo para manter operações de madurgada ainda é alto. O investimento maior é em segurança privada.
Publicado em 01/07/2012 às 16:45
A projeção feita pelo presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo, é de que o crescimento da Capital obrigue os supermercadistas a oferecer mais serviços durante a madrugada. “Nos próximos três ou quatro anos estaremos com mais empresas trabalhando 24 horas. Mas, hoje, não há motivo para funcionar neste horário”, justifica o presidente da ASPB.
Hoje, apenas dois supermercados mantêm serviços disponíveis por todo o dia. Um deles é a unidade Bessa do Pão de Açúcar e o outro o supermercado Night Day, no Altiplano.
O motivo alegado pelo representante dos supermercadistas no estado é que a demanda não é suficiente para cobrir os custos das operações durante a madrugada. “Tarde da noite tem pouca procura no supermercados, o custo benefício é pequeno e a população não está tão habituada”, relata Cícero.
Em João Pessoa, a maior parte dos supermercados de grande porte funcionam até as 23h, ou até meia-noite. Mas o atendimento nos bairros dura, na grande maioria das vezes, até as 20h, segundo os números repassados pela ASPB.
O Pão de Açúcar Bessa, que opera durante 24 horas, atua durante a madrugada como ação estratégica do grupo para diferenciar-se da concorrência e assegurar a fidelização dos seus clientes, segundo o diretor regional Nordeste do Grupo, Luís Carlos Araújo. O objetivo da empresa é oferecer aos clientes "um supermercado de vizinhança, bastante forte em serviços, com soluções para o dia-a-dia de um consumidor cada vez mais exigente", afirma Luís Carlos Araújo.
Entre os custos dos supermercados, o investimento em segurança já está previsto e o não funcionamento durante a madrugada não se dá por medo da violência, de acordo com o presidente da ASPB. “As empresas estão preocupadas com segurança durante todo o dia. Não é pelo risco, mas pela falta de público que não tem mais supermercados na madrugada”, enfatiza Cícero Bernardo.
lanchonetes
Entre as principais lanchonetes da cidade, poucas são as que funcionam durante 24 horas. Uma das que oferece produtos em horário estendido é a franquia da McDonald’s na avenida Ruy Carneiro. Seu funcionamento foi ampliado até as 4h de terça-feira a domingo. E já às 7h reabre normalmente, oferecendo produtos para o café da manhã.
A extensão do horário no serviço drive-thru durante a madrugada visa oferecer comodidade aos seus clientes, segundo o gerente da lanchonete, Igor Oliveira. “A ideia é atender as pessoas que saem da faculdade, das festas e das baladas e querem realizar uma refeição de qualidade antes de retornarem para casa”, destaca.
insegurança
Os proprietários de farmácia, diferentemente dos supermercadistas, encaram a madrugada como horário de “extremo risco” para assegurar o atendimento aos seus clientes.
Algumas funcionam durante a madrugada em regime de escala. Esta tabela é definida semanalmente e repassada pelo Sindicato das Farmácias de João Pessoa (SindiFarma-JP) à Vigilância Sanitária do município.
Mas o medo de sofrer assaltos deixa proprietários descontentes quanto ao cumprimento de uma lei municipal que obriga uma escala de trabalho para haver funcionando durante 24h. “Já às 18h os proprietários querem fechar a farmácia para evitar assaltos”, relata o presidente do SindiFarma, Hebert Almeida.
Para o representante dos empresários farmacêuticos, o cumprimento da escala representa um risco para os empresários.
“Eles têm que julgar se compensa abrir neste horário, se vale a pena colocar a vida em risco. E as farmácias de bairro são mais expostas do que as das principais avenidas”, alerta.
Mesmo mantendo funcionários realizando a segurança das farmácias, os custos para os estabelecimentos abertos não é compensado pelo fluxo de clientes, segundo Hebert Almeida. Ele relata que em algumas madrugadas os funcionários não vendem quase nada, ou “dois remédios para dor de cabeça”, diz. (Especial para o JP)
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