ECONOMIA
Investimento estrangeiro na Paraíba ainda é pouco
Estudo avaliou a capacidade de atrair recurso estrangeiro, e Estado permanece na 18ª posição.
Publicado em 15/08/2014 às 8:19
Levantamento realizado pela Revista Época mostra que a Paraíba continua como o 18º estado brasileiro com o melhor ambiente para receber investimentos estrangeiros e o 6º do Nordeste. Em relação à edição de 2013, a colocação foi mantida, com Alagoas superando a Paraíba em uma posição e a queda do Pará no ranking. Apenas nas categorias Regime tributário e regulatório (25 pontos) e Infraestrutura (37,5 pontos) a Paraíba ficou acima da média nacional.
No total, o Estado ficou com 33,3 pontos, média classificada como “regular”. As demais categorias avaliadas foram Ambiente político (29,2 pontos), Ambiente econômico (31,3 pontos), Política para investimentos estrangeiros (41,7 pontos), Recursos humanos (8,3 pontos), Inovação (25 pontos) e Sustentabilidade (68,8 pontos). O estudo abrange 25 indicadores divididos em oito categorias.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Paraíba teve um recuo de 71% no montante de investimentos estrangeiros no primeiro trimestre de 2014, caindo de R$ 2,24 milhões no mesmo período do ano passado para apenas R$ 640,2 mil neste ano. Apenas seis autorizações foram concedidas para empresas de fora, todas da Europa, segundo o MTE. No Nordeste, a Paraíba se situa na sétima colocação em volume de investimentos vindos de fora.
Para o economista e sócio da Certa Consultoria Empresarial, Rafael Bernardino, a Paraíba sofre por ter um setor privado pouco expressivo, o que acarreta a fuga de pessoal qualificado para regiões onde há mais oportunidades de crescimento profissional. “A turma do curso de Engenharia Elétrica de Campina Grande, por exemplo, vai para outros lugares, porque aqui não há mercado. É necessário estimular mais o mercado privado, o empreendedorismo, e criar programas oficiais para a retenção de talentos”, afirma.
Apesar desse quadro em relação à qualificação de pessoal, ele acredita que a Paraíba tem potencial para atrair investimentos tanto de fora do país quanto de outros estados. “É um estado pacato, atrativo, o povo é receptivo. Os incentivos fiscais e tributários não são melhores do que os dos outros estados, mas eles existem”, considera.
Também há o agravante da indefinição da política econômica do governo federal para os próximos anos, algo que depende dos resultados das urnas entre outubro e novembro. Esse fator representa um forte golpe para unidades federativas dependentes do Fundo de Participação dos Estados (FPE), como a Paraíba – que tem participação de 0,9% no PIB nacional. “Um cenário nacional desfavorável compromete a todos. No caso de uma economia pequena, há uma maior suscetibilidade e maior dependência de repasses”, comenta o economista.
Um ranking divulgado em maio pela escola de negócios suíça IMD apontou que a queda na participação do Brasil nas exportações levou o país a cair de 38º para 54º em uma lista formada por 60 países. Foi o pior resultado desde 1996. Apesar disso, a economia doméstica e a empregabilidade se mantêm em alta, embora já apresentem sinais de desgaste.
No Brasil, o estado de São Paulo (77,2 pontos) permanece como o mais atrativo para investimentos estrangeiros, seguido do Rio de Janeiro (72,3 pontos). No total, 18 estados se situaram na massa classificada como “regular”, entre 25 e 49,9 pontos, enquanto apenas um foi apontado como “ótimo” e outros cinco como “bons” – os seis constituem a maior parte das regiões Sul e Sudeste, excetuando-se o estado do Espírito Santo. Piauí, Maranhão e Amapá foram os últimos colocados, apontados como “ruins”, com pontuação entre 0 e 24,9.
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