ECONOMIA
Já falta gasolina na Paraíba
Plano de austeridade da Petrobras é um dos principais motivos para o racionamento nos derivados de petróleo, principalmente a gasolina.
Publicado em 18/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:30
Já falta combustível na Paraíba, revelou ontem o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho. Um dos principais motivos para o racionamento nos produtos derivados de petróleo, principalmente a gasolina, segundo Hamad, é o plano de austeridade da Petrobras. Ele frisou que a situação é grave e poderá causar, no futuro, um colapso na revenda de combustíveis no Estado. Por conta da crise vivida pela Petrobras, a distribuição do produto, via Porto de Cabedelo, poderá ser até extinta. A redução de combustível que chega pelo complexo portuário da Paraíba já teve uma redução de 50%.
“Há um plano de austeridade na Petrobras de redução de custos. Informações não oficiais, quero frisar bem isso, dão conta de que a Paraíba deixou de faturar cerca de 10 milhões de litros de combustíveis somente no mês de junho com as reduções no fornecimento. O Porto de Cabedelo recebia quatro navios com combustível, mas agora recebe apenas dois”, frisou.
O presidente do Sindipetro-PB afirmou ainda que a escassez do produto na Paraíba é de hoje, mas desde o ano passado. "Hoje em dia você pode encontrar gasolina em um posto e no outro o combustível está faltando. Mas esta escassez não vai significar em alta dos preços”, pontuou.
O presidente do Sindipetro-PB afirmou ainda que há informações da própria Petrobras de que, até o final do ano, o Porto de Cabedelo perderá a cabotagem para Suape, em Pernambuco, tendo como argumentos a racionalização dos custos e a centralização dos serviços. “O nosso porto tem baixo calado e só pode atracar nele navios menores, diferente de Suape. Se isso ocorrer será um caos para o orto. Hoje abastecemos diariamente 500 caminhões de combustíveis em Cabedelo, mas não é suficiente para atender os cerca de 460 postos de combustíveis existentes no Estado”.
Segundo Hamad, para que haja uma melhoria no mercado de combustíveis na Paraíba seria preciso, primeiramente, uma força política para reverter este quadro atual iniciado pela Petrobras, além de benfeitorias no Porto de Cabedelo.
O presidente da Companhia Docas da Paraíba, Wilbur Holmes Jácome, negou que o Porto de Cabedelo tem baixo calado.
Segundo ele, na última dragagem realizada no local, mesmo tendo os trabalhos interrompidos, viabilizou a entrada de navios grandes no complexo portuário. “Posso receber até 35 mil toneladas de combustíveis de uma só vez, mas o máximo que recebemos foi de 22 mil toneladas. Na verdade, deve haver problema de logística da Petrobras, mas não sei o motivo”, declarou. Sobre a ameaça de fim das distribuidora no Porto de Cabedelo, Wilbur disse que não recebeu qualquer informação oficial. "Ao contrário, há projetos para ampliação.Recebemos a visita da gerência comercial da Petrobras, na região, para aumento das operações portuárias em Cabedelo.
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL CRESCE 7,13%
Dados da Agência Nacional de Petróleo, Bicombustíveis e Gás natural (ANP) mostram que foram comercializados na Paraíba 249,5 milhões de litros de gasolina de janeiro a maio deste ano, alta de 7,13% em comparação ao mesmo período do ano passado. A média mensal de consumo no período foi de quase 50 milhões de litros. O consumo de gasolina cresceu bem acima do nacional 5,4%.
Os números de junho que foram apontados pelo Sindipetro-PB com baixa na comercialização no Estado ainda não foram divulgados pela ANP.
Uma pesquisa do Instituto da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Ifep/Fecomércio-PB) mostrou que, nos primeiros cinco meses de 2013, os postos de combustíveis lideraram as vendas no varejo na grande João Pessoa. Enquanto a média de vendas gerais no varejo registrou alta de apenas 5,1% até maio, o índice dos combustíveis cresceu mais de três vezes (16,87%). No mês de maio, os postos alcançaram o maior pico nas vendas do ano (19,47%). “A nossa frota cresceu e o país não se preparou para atender esta demanda. Isso está afetando não só a Paraíba, mas vários estados do Brasil”., avaliou Omar Hamad.
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