ECONOMIA
Lojistas já diversificam produtos da Copa
Expectativa é que na segunda quinzena de abril o movimento em busca de objetos temáticos comece com maior força.
Publicado em 12/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:12
A 2 meses da abertura da Copa do Mundo, os lojistas já começam a preparar o estoque com produtos estilizados tanto para vender no atacado quanto no varejo. Bandeirinhas, adesivos, bonés e outros itens já podem ser encontrados no comércio de João Pessoa.
“As pessoas vêm mais para pesquisar o preço e pela decoração, mas algumas já estão comprando”, diz João Batista, gerente de vendas da Alves Miudezas.
A profissional autônoma Aline Pereira já está adquirindo produtos temáticos. “É para a festa de aniversário do meu filho, que é domingo”, conta. A loja Atacadão dos Presentes da Avenida B. Rohan mantém um estoque amplo apenas com produtos que lembram a Seleção Brasileira.
“Trouxemos dois contêineres. Cerca de 30% do estoque é destinado às vendas da Copa do Mundo”, afirma a gerente da loja, Maricélia Félix. O investimento não é livre de riscos: se o Brasil não seguir até a final do torneio, o comércio também sairá derrotado com o arrefecimento repentino das vendas e da movimentação.
Por enquanto, as vendas estão acontecendo apenas no atacado (em quantidade) para clientes que revendem os produtos em outros pontos. A expectativa é que na segunda quinzena de abril o movimento em busca de objetos temáticos comece com maior força. Entretanto, para o presidente da Federação de Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Artur de Melo Almeida, a expectativa ainda é indefinida.
“A Copa do Mundo, via de regra, é mais prejudicial do que benéfica para o comércio, porque coincide com outras datas mais populares no Nordeste, como o Dia dos Namorados e o São João”, explica. “Mas este ano, já que a Copa será no Brasil, e virão turistas estrangeiros consumir aqui, ainda não é possível prever com exatidão se isso será bom ou ruim para o comércio”, avalia. Ele lembra que não existe um parâmetro próximo para comparação – a última Copa no Brasil foi em 1950.
As estimativas são positivas: os turistas brasileiros deverão gastar R$ 18,3 bilhões no período, enquanto os estrangeiros vão desembolsar R$ 6,9 bilhões, totalizando R$ 25,2 bilhões apenas durante os 30 dias de evento. “Esperamos um aumento de pelo menos 10% na movimentação nos estabelecimentos em relação ao ano passado”, projeta Marcos Mozinni, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes(Abrasel-PB).
Um dos jogos da Seleção irá cair em um dia importante para o setor: o Dia dos Namorados. “O jogo será à tarde, então acredito que não irá prejudicar muito, já que o horário de maior movimentação é à noite, quando todos saem para jantar no mesmo horário”, diz. Com relação à barreira linguística, Mozinni afirma que a Abrasel conta com parcerias junto aos governos federal, estadual e municipal para oferecer cursos de idiomas.
Em conjunto com o Sebrae, oferece o sistema Restaurante Inteligente para associados e, por fim, disponibiliza uma cartilha com termos comuns em inglês e espanhol para facilitar o atendimento. O jogo de abertura da Copa entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho, vai começar às 17h.
LICENÇAS
O termo “Copa do Mundo” é propriedade da Fifa, concedido formalmente pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Existe uma série de termos que não podem ser explorados comercialmente, sob pena de detenção de três meses a um ano de prisão ou multa, de acordo com a Lei de Propriedade Intelectual. Marcas figurativas (como o mascote ou logotipo da Copa) não podem ser abordados com objetivos comerciais.
IMPACTO
Em pequisa divulgada recentemente pelo Ministério do Turismo, a Copa do Mundo deve gerar um acréscimo de R$ 30 bilhões ao PIB do país, o que equivale a três vezes mais do que foi gerado na Copa das Confederações. A estimativa é referente a toda a arrecadação nacional, inclusive em estados que não sediarão os jogos, como a Paraíba.
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