Longas filas marcam reabertura de bancos

Longas filas e espera de horas para atendimento. Esses foram alguns dos problemas enfrentados pelos consumidores ontem nas agências bancárias de João Pessoa, na reabertura das instituições após 23 dias de paralisação dos bancários. A aposentada Maria da Penha Assunção já estava no segundo banco do dia, pois não conseguiu atendimento no primeiro devido ao número alto de pessoas que, na mesma situação, foram regularizar seus débitos. “Eu vim aqui para o Banco do Brasil porque a Caixa Econômica estava com a fila enorme.

Cheguei aqui e também encontrei fila grande, mas tenho que pagar a conta, vou ter que esperar”, disse.

O secretário-executivo do Procon Estadual, Marcos Santos, disse que apesar da lei da fila estipular um prazo máximo de 20 minutos de espera em filas, é necessário ter paciência redobrada, tendo em vista que os bancários acabam de sair da greve. “Estamos voltando de uma greve, então a longa espera na fila não pode ser levada em consideração, porque é normal que a fila esteja grande”.

Os consumidores que tinham contas a pagar exclusivamente nas agências da Caixa Econômica no período da greve não deverão pagar juros ou outros encargos decorrentes do atraso. A decisão é da Justiça Federal em resposta à Ação Civil Pública com pedido de liminar impetrada pelo Procon-PB. Os consumidores têm esta terça-feira para regularizar o atraso sem juros. Já o Tribunal de Justiça do Estado ainda não julgou a liminar que pede também a dispensa de juros e multas de contas atrasadas nos Bancos do Brasil e demais bancos privados sem acréscimos.

Segundo Marcos Santos, o cliente não pode ser cobrado por juros e inadimplências causadas pela greve. “O consumidor deve negociar com o banco e ele não deve pagar além do que foi estabelecido no boleto. Se o banco quiser cobrar juros, o cliente deve procurar de imediato o Procon”, disse.

O representante do Procon explicou ainda que os bancos devem receber os boletos vencidos, tendo em vista que o consumidor até então estava impossibilitado de quitá-los. “Se o boleto está vencido e não foi pago em razão da greve do banco, a agência tem que receber o pagamento. Se não houver resolutividade, o consumidor deve procurar o Procon”, aconselhou Marcos Santos.

CAMPINA GRANDE

Em Campina Grande, os bancários decidiram voltar ao trabalho após assembleia da categoria realizada no início da manhã de ontem. A partir das 10h, as agências bancárias da região da Borborema abriram suas portas, mas muito antes desse horário grandes filas já se formaram com clientes na expectativa de poder resolver as questões financeiras que ficaram pendentes em virtude dos 23 dias de greve nos bancos.

Apenas as agências do Banco do Nordeste não voltaram à ativa, porque não houve acordo entre a categoria e o banco no que diz respeito a questões particulares que envolvem o funcionamento de bancos públicos. Hoje pela manhã uma nova assembleia será realizada para definir sobre a greve. Nas demais agências, o primeiro dia de atividades pós-greve foi marcado pelo tumulto.

O correntista do Banco do Brasil Valmir Lira chegou cedo ao para tentar colocar em dia os pagamentos e as movimentações que dependiam do funcionamento dos bancos. Ele reclamou da dificuldade para receber atendimento e se queixou da greve. “É só constrangimento e a população pagando pelos erros dos outros. Como sempre, é a população pagando o preço”, disse.