ECONOMIA
Mais caros, medicamentos pesam no orçamento doméstico
A realidade de consumidores que precisam comprar medicamentos é o assunto da segunda matéria da série 'A inflação nossa de cada dia'
Publicado em 26/08/2015 às 7:50
Conciliar as despesas básicas do mês nesse tempo de aperto no bolso já é um desafio para os paraibanos com renda corroída com alta da inflação. A situação piora ainda para aqueles que precisam destinar gastos com compra frequente de medicamentos. Na segunda matéria da série “A inflação nossa de cada dia” vamos mostrar a realidade de consumidores que precisam comprar medicamentos e apontar soluções de como contornar o aumento desses itens.
A afirmação de que não existe remédio barato é unânime entre a população e a situação se agrava com os reajustes anuais. Com reajustes anuais do setor, o setor voltou a elevar os preços gerais entre 5% e 7,7%, dependendo do tipo de remédio. Foi o maior reajuste de preço dos últimos seis anos aprovada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Os paraibanos vão gastar somente este ano mais de R$ 1,730 bilhão em remédios, o que representa uma alta de 27,6% sobre o ano passado.
Para pessoas como a vendedora ambulante Dilene Galvão, 56 anos, o alto custo dos medicamentos só tem uma forma de ser enfrentada: deixar de comprar. “Tenho um filho de 39 anos que é esquizofrênico e precisa tomar vários tipos de remédios por mês. Tudo custa cerca de R$ 300, mas como não tenho dinheiro, compro uns e outros não”, confessou.
Viúva, Dilene Galvão contou que além do dinheiro que ganha como vendedora de milho no Mercado Central, em João Pessoa, ainda faz faxina para aumentar a renda. Segundo ela, o filho recebe um benefício de um salário mínimo (R$ 788), mesmo assim a receita doméstica não cobre as despesas de aluguel, alimentação, conta de água e luz. “Estou devendo mais de R$ 100 de energia”, revelou.
Além da falta de recurso, a carência de informação é outro empecilho na vida de Dilene, que nunca tentou se inscrever em um programa do governo federal para buscar alguns medicamentos gratuitos ou com baixo custo.
COMO ECONOMIZAR
Segundo a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, há várias formas de minimizar o impacto na aquisição de medicamentos. Uma delas é procurar as Farmácias Populares ou se cadastrar no programa do Sistema Único de Saúde (SUS) para tentar obter o remédio de graça. Outra dica é pedir ao médico que passe a versão genérica do remédio ou o princípio ativo, ao invés da marca.
“No caso de remédio de uso contínuo, o consumidor deve consultar o médico para saber se pode encontrar na Farmácia Popular, que pode oferecer desconto de até 90% em alguns tipos de medicamentos”, alertou Dolci.
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