ECONOMIA
Mensalidade escolar tem reajuste de até 15% em João Pessoa
Reajuste nas mensalidades nas escolas da rede privada está oscilando entre 7% e 15%.
Publicado em 06/12/2012 às 6:00
Os pais terão de desembolsar mais dinheiro do orçamento familiar para manter os filhos nas escolas privadas no próximo ano. O reajuste das mensalidades, antes do início do próximo ano letivo, já está sendo divulgado pelas escolas. Em João Pessoa, o aumento previsto para 2013 está oscilando entre 7% e 15% nas principais instituições de ensino da cidade, alta atribuída principalmente ao pagamento de salários, mas estão todos acima da inflação.
Como as correções das matrículas seguem os custos das planilhas de cada escola e não os índices da inflação, que reajustam normalmente os salários dos trabalhadores e servidores públicos, as escolas tiveram alta acima dos principais índices de inflação, apontando perda de aquisitivo dos pais frente às mensalidades.
No colégio Marista Pio XI, por exemplo, o índice ficou em 7%, o colégio QI divulgou que o reajuste será de 9%, enquanto nos colégios Geo, Motiva, Via Medicina e Risque e Rabisque a variação oscilou de 10% a 12%, mas em algumas escolas o índice chega a até 15%, como é o caso do colégio Século.
Já os três principais índices da inflação têm taxas menores este ano que os reajustes. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reajusta aposentadorias e algumas categorias, acumula 5,99% em doze meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,45% e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) vem oscilando de 6,96% nos doze meses, bem abaixo dos reajustes programados para 2013 em algumas escolas paraibanas.
De acordo com o coordenador do Procon-JP, Marcos André Araújo, o aumento da mensalidade é feito de acordo com a realidade de cada escola, não havendo como estipular um só reajuste para todas as instituições de ensino e conjunto. “É dever da escola fazer uma planilha elencando cada gasto, levando em consideração a última anuidade ou semestralidade. Essa relação deve ser divulgada em local visível e de fácil acesso 45 dias antes dos novos preços entrarem em vigor”, explicou.
Entre os itens a serem abordados na planilha elaborada pela escola devem estar todo e qualquer gasto da instituição, a exemplo das despesas com a folha de pessoal, compra de materiais de limpeza, aluguel do imóvel, investimentos em relações humanas, reformas e pagamento de contas de água, energia elétrica ou telefone.
“Pelo que acompanho, o que costuma pesar mais nos custos das escolas são os gastos com professores e funcionários, mas cada colégio tem uma realidade individual, não dá para afirmar se é sempre assim. De qualquer forma, qualquer pai que considerar o reajuste abusivo pode acionar o Procon para que verifiquemos se esse aumento é legítimo”, acrescentou Marcos.
Já o presidente do Sindicato das Escolas Particulares da Paraíba (Sinep-PB), Odésio Medeiros, esclarece que o reajuste das mensalidades se faz necessário antes de todo ano letivo em decorrência dos custos cada vez mais elevados de manutenção de um colégio. “Temos que considerar a inflação e os salários que sempre aumentam na data-base, além do aumento da água, da energia, do telefone e outros”, afirmou.
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