Mercado da 'Boa Saúde' vive expansão

O Brasil é o segundo país do mundo em número de academias (24,980 mil), ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo Conselho Federal de Educação Física (Confef), e esta marca não existe à toa. Na Paraíba, por exemplo, dos últimos dois anos para cá, um verdadeiro modismo de buscar a 'boa saúde' fez abrir dezenas de negócios voltados para fins estéticos e de melhoramento da qualidade de vida. Ao todo, são 672 unidades empresariais que prestam serviço neste segmento em atividade no Estado.

“A oferta desses serviços de boa saúde cresce em função da consciência das pessoas sobre seus benefícios”, explicou o especialista em serviços Kléber Nóbrega. E a grande sacada, neste caso, é que a tendência só tende a crescer e crescer, daqui pra frente. “O mercado vai exigir mais especialização, profissionais melhor qualificados para orientação e novos negócios”, acrescentou.

Pensando na presença impactante deste nicho de serviço na economia paraibana e no seu potencial de expansão, o JORNAL DA PARAÍBA o aborda nesta que é a quarta matéria sobre o mercado de serviços emergentes. Academias mais diversificadas, atendimento personalizado, estúdios de pilates e artes marciais estão entre as principais tendências do mercado.

No caso da academia Medley, no bairro dos Bancários, o sucesso é uma realidade presente. No mercado há mais de 20 anos, conforme afirmou o proprietário Roberto Duarte, a empresa conta com aproximadamente 30 funcionários e precisou expandir seu espaço físico para atender a novas modalidades, demandas e aos novos alunos.

“Por causa do crescimento do mercado, em maio do ano passado, concluímos mais uma etapa da nossa ampliação, com implantação de salas climatizadas para outras modalidades.

Além disso, adquirimos novos equipamentos de última geração para a musculação e para o spinning. Esta ampliação demandou um aumento de 30% no número de funcionários, de 20% no número de alunos e também de 20% em nosso faturamento”, contou.

A mensalidade na academia varia entre R$ 70 e R$ 80 – a depender da atividade - e a novidade mais recente, conforme acrescentou, foi o spinning. Segundo Roberto, João Pessoa é uma capital que está com o ciclismo em alta, o que tem trazido competições de 'triathlon' e fomentado a procura pelo esporte entre os pessoenses. “A população está cada vez mais preocupada com a saúde e precisa conciliar o trabalho, a família, com a prática de atividade física. Por este motivo, ampliamos o horário de funcionamento, disponibilizamos estacionamentos privativos e nos preparamos para essas necessidades”, afirmou.

NUTRIÇÃO ESPORTIVA
A nutricionista Paula Bacalhau descobriu nas academias um excelente nicho de mercado. “Eu atuo junto a academias há cerca de quatro anos. O nutricionista que decidir atuar nesta área, possivelmente encontrará um ótimo mercado. A razão é o aumento da procura dos clientes por alimentação saudável e adequada as suas práticas esportivas”, explicou.

Com isto, Paula contabilizou que sua demanda cresceu em cerca 40% no último ano, em relação aos anos anteriores. E, este ano, segundo ela, deverá ser ainda melhor. “Passei a ser procurada por outro tipo de paciente. Antes, a maior procura era para tratamentos de doenças, como diabetes, obesidade, doenças renais, mas isso mudou. Atualmente, a maior demanda está entre as pessoas que buscam simplesmente perder peso e os praticantes de atividade física que buscam, além da estética, melhorar o desempenho físico na sua modalidade esportiva. É nisso que eu invisto”, pontuou.

Mas estar na academia, simplesmente, não vale. “Para atender a tudo isso, no entanto, o profissional deve estar sempre se 'reciclando' dentro das tendências voltadas para este público”, afirmou. E, em se tratando de atividade física, motivação é fundamental. “Durante todo o trabalho desenvolvido com tais clientes, eu faço questão de estimulá-los a pensar primeiramente na sua saúde, e isso tem gerado um resultado bastante positivo”, concluiu.