MERCADO EM MOVIMENTO
Mais da metade das mulheres pretas perderam seus empregos no último ano, mostra pesquisa
Levantamento do Infojobs também revelou que quando empregadas, as mulheres precisam lidar com dificuldade para crescer profissionalmente e machismo
Publicado em 12/05/2023 às 8:03 | Atualizado em 12/05/2023 às 8:41
As mulheres enfrentam diversas dificuldades no mercado de trabalho, a principal delas, no entanto, é o desemprego. Um levantamento exclusivo do Infojobs mostrou que 52,1% das mulheres foram desligadas de suas atividades no último ano. Proporcionalmente a cada grupo, 61,1% das mulheres pretas perderam seus empregos, seguido por 57,1% das mulheres pardas e 47,6% das mulheres brancas.
Em uma pesquisa complementar sobre empregabilidade para mulheres pretas, 86% das respondentes acreditam que, em relação a pessoas brancas, as chances profissionais são desiguais. Para 59,1%, a raça interfere nas chances de conseguir um emprego.
Além da questão racial, o gênero também é um ponto delicado: 27,7% das respondentes acreditam que conquistar uma oportunidade é o maior desafio para mulheres, já 26,3% apontam a obtenção de reconhecimento e crescimento profissional, quando empregadas. O machismo presente na cultura das empresas também interfere no dia a dia de 20,7%.
“Em 2022 a mesma pergunta foi feita, e os mesmo pontos apareceram em destaque. Isso mostra que é um problema sério e recorrente, que precisa ser trabalhado urgentemente”, pontuou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
A mesma pesquisa mostrou que 88,5% das participantes acreditam que homens e mulheres não possuem as mesmas oportunidades. E, na percepção de 88,4%, as mulheres enfrentam mais desafios para se desenvolver quando comparado com outros grupos.
Por fim, outro ponto alarmante foi que 69,7% das entrevistadas afirmam que já passaram por uma situação no mercado onde a sua credibilidade foi questionada, apenas por ser mulher.
“As respostas de ambas as pesquisas são alarmantes, e colocar em evidência é fundamental para combatermos preconceitos de raça e gênero. O RH das empresas precisa investir em capacitação constante para políticas mais igualitárias e promover ações no dia a dia para erradicar comportamentos racistas e machistas. Nos processos seletivos, o foco deve ser nas habilidades do candidato, sem perguntas invasivas a respeito de assuntos sem relação com a vida profissional”, conclui Ana Paula.
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