MERCADO EM MOVIMENTO
O futuro do entretenimento
Subnichos do setor de eventos presenciais seguem sem perspectiva de reabertura.
Publicado em 12/09/2020 às 9:00 | Atualizado em 01/03/2023 às 15:43
O setor de entretenimento, que em 2019 faturou mais de 200 bilhões de reais, empregando quase 2 milhões de pessoas, foi e continua sendo um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Festas, shows e outros tipos de eventos presenciais precisaram ser cancelados para evitar aglomerações.Serviços digitais de entretenimento como streaming, podcasts e lives cresceram em relevância e impulsionaram novos hábitos. Em um webinar realizado pela plataforma Bússola, o diretor de marketing da plataforma de smarTVs Roku, disse que estamos vivendo o início da década do streaming, o que é reforçado pela chegada de novos players no Brasil, como Disney+, Vix TV e Pluto TV e o anúncio de novas estratégias, como a Globoplay, que vai oferecer canais lineares de TV por assinatura dentro da plataforma de streaming por um valor mais em conta do que a TV a cabo tradicional.
Eventos presenciais
Os eventos presenciais, em sua maioria ainda proibidos, sofrem as consequências. Para o CEO do Rock in Rio, Luis Justo, a emoção dos eventos presenciais nunca poderá ser substituída, pois o humano é um ser social.
Aqui na Paraíba, assim como em outros estados, o sentimento é de frustração. O empresário de eventos Igor Kawabe acredita que um diálogo entre empresários do setor e o poder público seja o caminho mais coerente para a construção de um plano de retomada que seja seguro para todos. Ele cita como exemplo o setor de bares e restaurantes que, depois de muita discussão, seguiu etapas graduais para a retomada.
"Por que é permitido música ao vivo em um bar ou restaurante com capacidade da casa reduzida e eventos com mesas separadas em espaços amplos não, por exemplo? No último final de semana vimos praias, bares e ruas lotados, com aglomeração...mas evento não pode? Nem com plano? Nem com capacidade reduzida? Nem com regra?", reflete o empresário.
A principal queixa é em relação à falta de perspectiva para um setor que tanto contribui para a economia. Apesar de algumas casas já poderem realizar eventos sociais, como casamentos, com a capacidade reduzida, a grande maioria dos diversos sub nichos do entretenimento continuam sem perspectiva de retomada.
Igor conta que o sentimento é de que o setor foi esquecido, pois não houve diálogo entre empresários e setor público. "Essa falta de perspectiva é ruim porque, quanto mais o tempo passa, mais empresas quebram e mais pessoas passam necessidades", lamenta. Ele acredita que, se houvesse diálogo, certamente surgiriam ideias para promover uma retomada segura.
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