Quase 60% das novas empresas da Paraíba estão na área de serviços

Uma barbearia, uma pequena pousada, uma agência digital ou, quem sabe, uma empresa de entrega de encomendas. São exemplos de empreendimentos da área de serviços, na qual a Paraíba tem se destacado significativamente no cenário nacional quando falamos de abertura de pequenos negócios. Do começo do ano até setembro de 2025, uma expressiva parcela de 59,7% das novas pequenas empresas abertas no estado concentra-se em serviços. Este índice tem ligação com a tendência nacional, onde aproximadamente seis em cada 10 novos microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optam por atuar neste segmento. Os dados foram levantados pelo Sebrae.

A predominância do setor reflete uma série de fatores econômicos e sociais, já que, frequentemente, exige menor investimento inicial em infraestrutura física e estoque, facilitando a entrada de novos empreendedores. Além disso, a crescente digitalização da economia e as mudanças nos hábitos de consumo impulsionam a demanda por soluções personalizadas e especializadas.

Panorama setorial detalhado

Além dos serviços, que lideram a expansão, a distribuição das novas empresas na Paraíba se configura da seguinte forma:

Serviços: 59,7% – Abrange desde consultorias e tecnologia da informação até educação, saúde e beleza, refletindo a diversidade e adaptabilidade do setor.

Comércio: 25,4% – Mantém sua relevância, impulsionado tanto pelo comércio varejista tradicional quanto pelas plataformas de e-commerce e vendas diretas.

Construção Civil: 7,3% – Sinaliza um aquecimento do mercado imobiliário e de infraestrutura, com destaque para pequenos construtores e prestadores de serviços especializados.

Indústria: 7% – Embora em menor proporção, representa a capacidade produtiva do estado, focada muitas vezes em nichos específicos ou na transformação de produtos locais.

Agricultura: 0,34% - Embora com percentual muito pequeno frente às demais áreas econômicas, as quase 200 novas empresas do agro abertas concentram importante avanço no setor.

Esses dados são fruto de um levantamento minucioso realizado pelo Sebrae, com informações da Receita Federal, e oferecem uma visão clara da dinâmica empreendedora na Paraíba.

Perfil e diversificação do empreendedorismo local

A Paraíba não apenas cresce em volume, mas também em diversificação. Entre janeiro e setembro de 2025, foram abertas 49.018 MEIs, MEs ou EPPs. Os segmentos que lideraram essa expansão, evidenciando tendências de mercado e novas demandas, foram:

1º Atividades de ensino: Impulsionadas pela busca contínua por qualificação, ensino a distância e reforço escolar, além de cursos profissionalizantes e de idiomas.

2º Publicidade: Reflexo do crescimento do marketing digital, da necessidade de empresas se posicionarem online e da demanda por criação de conteúdo e gestão de redes sociais.

3º Serviço de entrega de malotes: Diretamente ligado ao boom das vendas pela internet e à crescente demanda por logística rápida e eficiente, tanto para empresas quanto para consumidores finais.

Esses setores demonstram uma clara tendência de crescimento em serviços especializados, acompanhando as transformações nos hábitos de consumo, a digitalização e as oportunidades geradas pelas demandas regionais e globais.

Crescimento Exponencial em 2025

A Paraíba registrou um crescimento importante de 25,5% na abertura de pequenos negócios entre janeiro e agosto de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Este desempenho supera a média nacional de 20,4%, posicionando o estado como o quinto maior crescimento percentual do país, atrás apenas do Amazonas, Piauí, Ceará e Sergipe. Este ritmo acelerado de formalização e criação de novas empresas é um indicativo robusto da vitalidade econômica local.

No total, foram 44.317 novos empreendimentos abertos no estado de janeiro a agosto de 2025. Com este volume, a Paraíba ocupa a quarta posição no Nordeste em número absoluto de novas empresas, ficando atrás apenas de estados como Bahia (153.206), Pernambuco (99.236) e Ceará (99.970).

Para os especialistas, os números refletem o dinamismo da economia paraibana, com a influência da interiorização do consumo, que leva oportunidades de negócio para além dos grandes centros urbanos, e o surgimento de novos polos de desenvolvimento econômico, a exemplo das maiores cidades do Brejo, Agreste e Sertão do estado. Nesses polos, os setores de serviços, comércio e construção civil atuam como motores primários, gerando emprego e renda em diversas regiões do estado.