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MERCADO EM MOVIMENTO

Quase metade dos brasileiros pensa em abrir um negócio

Um bom planejamento, assessoria especializada, auxílio bancário e trabalhar bastante estão entre as dicas

Publicado em 06/03/2023 às 8:16

Quase metade dos brasileiros tem o sonho de estruturar e abrir o próprio negócio. O dado é do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), publicado em 2022, e mostra que ter o próprio negócio está entre os principais desejos da população. Acontece que para tornar o sonho realidade, muitos empreendedores têm dúvidas sobre os primeiros passos.

Um levantamento realizado pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia mostra que das 19.373.257 empresas ativas no país, 13.489.017, ou seja, 70%, são formadas por microempreendedores individuais (MEI). Em 2022, o Brasil contou com a abertura de 3.838.063 novas microempresas, mas também com o fechamento de 1.695.763 empreendimentos.

De acordo com o consultor de negócios da Central Sicredi Nordeste, José Carlos Almeida, os dados mostram que para abrir o próprio negócio e se consolidar no mercado, antes de tudo, é necessário que haja planejamento. “É necessário buscar uma assessoria qualificada para lhe apoiar, porque o que para muitos pode parecer óbvio, como a avaliação de motivações para abrir um negócio, se não trabalhada, pode se transformar em grande dor de cabeça no futuro”, explica o consultor.

Para José Carlos, a assessoria de entidades como o Sebrae são fundamentais para orientar o cidadão nas ações que precisam ser executadas, como entender o público foco, o modelo de negócio, a sua formalização, as capacitações necessárias (gestores e equipes), o momento certo de começar e a estrutura minimamente necessária, que são pontos cruciais para que um empreendedor obtenha a longevidade esperada e o êxito traduzido em resultados sustentáveis.

Conta PJ

Atualmente, não há nenhum instrumento legal que obrigue uma empresa a abrir uma conta Pessoa Jurídica (PJ), contudo, ela é fundamental para o reconhecimento da empresa no sistema financeiro, visto que as transações realizadas, mesmo por quem tem o cadastro como microempreendedor individual (MEI), exigem como base o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), tornando a conta PJ um item essencial para o controle e regularização das atividades, além de tornar possível a empresa ter acesso a um dos pilares fundamentais para o empreendedorismo que é o crédito.

A não separação entre as entidades Pessoa Física e Pessoa Jurídica também incorre na prática de Confusão Patrimonial, configuração em vigor desde setembro de 2019, através da Lei nº 13.874. Caso a empresa seja enquadrada nessa prática, os sócios podem perder a proteção dos bens pessoais, por exemplo.

“Além de facilitar o controle de fluxo e a separação entre as entidades, a conta PJ também possibilita ao empreendedor ter acesso a ofertas de crédito e outros benefícios oferecidos pelo sistema financeiro, instrumentos fundamentais para garantir a saúde financeira da empresa. Financiamentos, pagamentos, seguros, consórcios e investimentos são algumas das opções disponíveis com a bancarização”, conta José Carlos, consultor de negócios do Sicredi.

Primeira instituição financeira cooperativa da América Latina e hoje com mais de 6,4 milhões de associados, o Sicredi, através do sistema Cooperativista, atua de forma a fomentar e auxiliar empreendedores de todas as regiões do Brasil. Na Central Sicredi Nordeste, que possui atualmente quase 3.500 associados MEI ativos, há R$ 25 milhões em créditos liberados (base  dezembro 2022) para atender às necessidades dos micro, pequenos e médios empresários.

O Sicredi oferta aos associados o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), instituído no âmbito do Ministério do Trabalho, que visa atender empresas de pequeno porte. Além disso, as cooperativas também formam parcerias com o Sebrae para oferecer o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), que tem por objetivo potencializar o acesso dos pequenos negócios a financiamentos e empréstimos com a utilização de aval complementar, permitindo melhores condições de utilização pelos tomadores, por ser o Fundo avalista complementar junto às instituições financeiras conveniadas quando da contratação dessas operações de crédito.

“Considerando que um dos pilares do sistema Cooperativo é o desenvolvimento regional, através da bancarização das pessoas e empresas, e dada a relevante participação desse segmento na economia, é mais do que natural que haja uma importância maior para o Sicredi. Essa importância se reflete nas ações que já adotamos, bem como nas que planejamos para estreitar o nosso relacionamento com os microempreendedores, importante público impulsionador da economia regional”, ressalta José Carlos Almeida.

Imagem

Láuriston Pinheiro Plínio Almeida

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