ECONOMIA
Migração econômica na Paraíba aquece classe B
Potencial de consumo dos paraibanos deve chegar a R$ 35,7 bilhões.
Publicado em 13/05/2012 às 6:30
A professora Bernadete Cavalcanti já tem planos dos gastos bem definidos para este ano. Ela pretende pintar a casa, melhorar o carro e comprar um notebook. O perfil da professora paraibana está dentro do crescimento do potencial de consumo do Estado este ano.
“Queremos sempre comprar algo para melhorar a vida da família”, comenta, acrescentando que, nos últimos anos, a família, que se enquadra na classe econômica B, teve o potencial de consumo aumentado. “Antes a renda era somente a minha e do meu marido, agora meus filhos já começaram a estagiar e trabalhar e isto fez com que nosso potencial de consumo melhorasse”, revelou.
Assim como a família de Bernadete Cavalcanti, muitos outros domicílios paraibanos terão o potencial de consumo alavancado neste ano. O novo estudo do IPC Maps, que mapeia os destinos dos gastos de diversos segmentos e classes econômicas pelo Índice de Potencial de Consumo (IPC), revela que, em 2012, o consumo das famílias paraibanas vai atingir R$ 35,742 bilhões, o que representa uma alta de 11,7% sobre o ano passado, quando o potencial de consumo chegou a R$ 31,986 bilhões.
O estudo revela também que o destaque no consumo no estado em 2012 será exatamente da classe econômica da qual a família da professora Bernadete Cavalcanti faz parte, a Classe B, que deverá somar R$ 12,279 bilhões, superando os gastos da Classe C (R$ 11,248 bilhões), que até o ano passado possuía o maior potencial de consumo do Estado.
O diretor da IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, explica que a predominância de consumo entre as famílias da classe B está atrelada à migração das famílias entre as classes sociais.
“A razão é o processo de migração econômica entre as classes, com o fortalecimento da classe B, causado pela segunda onda migratória, com deslocamento de domicílios da classe C para a classe B. A primeira onda migratória refere-se ao deslocamento de domicílios das classes D e E para a classe C, fato este que já ocorreu há alguns anos atrás e levou a divulgação de diversas matérias sobre a classe C”, destacou.
Já o economista e supervisor técnico do Dieese Renato Silva atenta para o fato de que, no ano passado, os temores causados pela crise econômica mundial afetaram sobretudo o consumo da Classe C, perdurando ainda neste ano. “No ano passado, o avanço da inflação fez com que a oferta de crédito para os consumidores sofresse um freio para o consumo. Como a classe C depende muito da oferta de crédito para consumir, as medidas do ano passado devem continuar tendo reflexo neste ano. Como a Classe B é mais abastada, a inflação se apresentou apenas como um medo, sem chegar a afetar o consumo ”, analisou.
Comentários