ECONOMIA
Montadoras batem novo recorde
Acumulado até agosto mostra um número de vendas superior aos dois milhões de unidades, o que representa um avanço de 7%.
Publicado em 04/09/2012 às 6:00
O esforço do governo para atrasar o anúncio da prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até a última semana do mês ajudou o setor a alcançar recorde de vendas.
A medida terminaria no último dia 31, mas foi estendida até o final de outubro.
Os emplacamentos de carros e comerciais leves somaram cerca de 405 mil unidades em agosto, um crescimento de 31,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho, a alta foi de 15,3%.
A maior marca até então havia sido alcançada em dezembro de 2010, com 361,2 mil unidades.
Entre as montadoras, a Fiat manteve a primeira posição em agosto, com 24,2% do mercado, seguida por Volkswagen, GM e Ford.
SURPRESA
Os dados surpreenderam os analistas e consolidaram a virada no desempenho da indústria neste ano. O resultado acumulado até agosto, de 2,389 milhões de unidades, representa avanço de 7% em relação ao mesmo período de 2011. Até maio, antes da redução do IPI, as vendas caiam mais de 4%. "A gente já esperava um número forte [para agosto] e veio acima da expectativa", afirma o analista da LCA, Rodrigo Nishida.
A previsão da consultoria para o resultado do ano será revisada para cima amanhã, após a divulgação dos dados da Fenabrave (federação das concessionárias). A expectativa é de desaceleração das vendas neste mês, com nova retomada em outubro diante de nova data de vencimento das medidas.
Se o temor até maio era o alto nível dos estoques, principal alvo da redução do IPI, agora o risco é de falta de produto. Nas concessionárias, alguns modelos já têm filas de espera de mais de 30 dias.
O dado de produção, a ser divulgado nesta semana, mostrará a resposta à alta demanda dos últimos três meses, com um provável recorde no volume fabricado. "A questão que se coloca agora é 2013. A nossa previsão é que esse ano forte vai ser seguido por queda ou estabilidade porque está havendo uma antecipação muito grande [nas compras]", afirma Nishida.
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