ECONOMIA
Morar sozinho é bom negócio
Segundo IBGE, número de pessoas que moram só subiu 64,5%. Grupo não desperdiça dinheiro e é considerado um mercado em potencial.
Publicado em 21/04/2013 às 8:00
Morar sozinho vem se tornando cada vez mais comum em todo o Brasil, e isso se reflete também na Paraíba. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que este público cresceu 64,5% de 2000 a 2010. Estes solteiros, ou mercado 'single', apresentam características próprias. Não costumam desperdiçar dinheiro, aquecem o mercado de restaurantes porque fazem com frequência refeições fora de casa, compram alimentos de rápido preparo e têm 80% mais chance (se comparado à população em geral) de ter cartão de crédito ou de lojas.
O gerente de Agronegócio e Territórios do Sebrae-PB e economista, Antonio Felinto, explicou que estão inseridas nestes contexto não só as pessoas solteiras propriamente ditas, mas também os separados judicialmente, desquitados, divorciados e viúvos. Segundo ele, no caso da Paraíba, é importante olhar para as grandes cidades, com destaque para João Pessoa. “Como se tem observado, a capital tem uma característica singular de atrair novos moradores de várias regiões do país. Vai formando assim uma nova sociedade, aberta, cosmopolita e plural”, destacou.
No ano 2000, a Paraíba possuía 65.943 pessoas morando sozinhas, de acordo com o IBGE. Dez anos depois, este número passou para 108.482, representando 10,04% dos domicílios particulares fixados no Estado. Felinto destacou que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) em 2011, o número de pessoas solteiras no Brasil alcançou 72 milhões de habitantes.
Segundo o economista Felinto, seja para estudar ou trabalhar, o morador “solitário” tem pouco tempo para se dedicar ao lar e por isso precisa de produtos que se adequem ao seu cotidiano. A indústria já atentou para estas necessidades e oferece itens próprios para esta população.
“No caso dos produtos, a grande característica é o tamanho da embalagem em que são ofertados. Nesse sentido, é comum se observar o trabalho que a indústria, sobretudo de alimentos, vem apresentando, tornando cada vez mais presente as embalagens individualizadas e de tamanho reduzido, na medida em que o lar é constituído por apenas uma pessoa”, explicou Felinto.
O leque de alimentos industrializados, fabricados em porções pequenas, a que se refere o economista, é encontrado facilmente na rede de supermercados das cidades brasileiras. Em João Pessoa, a oferta é grande em redes como a do Hiper Bompreço e outras empresas do ramo. Já no mercado de serviços, Felinto afirmou que esse público exige, cada vez mais, serviços personalizados. O que requer uma atenção maior dos proprietários e prestadores desses serviços.
Este nicho de mercado é uma tendência que vem se confirmando desde os anos 90. “Quando já se preconizavam cenários em que se previam a atomização das famílias e o crescimento do mercado de solteiros”, disse o especialista. Apesar de alguns setores já estarem alerta para este filão, Felinto conta que um campo vasto de opções ainda falta ser explorado pelos empreendedores.
“Aqui no Sebrae, podemos observar a procura por consultorias para adaptação das empresas a essas tendências. Porém, ainda há um grande espaço a ser explorado tanto pelas empresas já existentes quanto pela oportunidade de ingresso de novos empreendedores no mercado”, destacou.
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