ECONOMIA
'Mordida' do Leão atinge quem ganha acima de R$ 1,8 mil
A correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5%, mais uma vez abaixo da inflação oficial (6,41%), vai penalizar a renda do trabalhador de classe média baixa.
Publicado em 23/01/2015 às 7:14 | Atualizado em 28/02/2024 às 16:12
A correção da tabela do Imposto de Renda na Fonte em 4,5% este ano, mais uma vez abaixo da inflação oficial (6,41%), vai penalizar a renda do trabalhador de classe média baixa. O desconto no contracheque mensal do Imposto de Renda na Fonte vai incluir todos os contribuintes que recebem acima de 1.868,22 por mês.
A medida do governo deve incluir mais paraibanos na mordida do Leão na Fonte. Com mais a pequena correção determinada pela presidente Dilma Rousseff, o limite de isenção para a contribuição do IR na fonte saiu dos atuais R$ 1.787,77 para quem ganha até R$ 1.868,22, uma diferença de apenas R$ 80. Ou seja, passou desse limite começa a pagar Imposto de Renda na Fonte, que é descontado antes do trabalhador sacar seu dinheiro mensalmente.
Na última terça-feira, a presidente Dilma vetou a correção de 6,5% na tabela do IR Pessoa Física, aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado. A justificativa do veto da presidente de uma correção no patamar da inflação (6,5%) foi a de que os cofres da União não poderiam perder R$ 70 bilhões com uma correção da tabela acima da meta da inflação (4,5%), que nunca foi alcançada na sua primeira gestão.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-B), Odon Bezerra, a decisão é uma medida “antipática” da presidente. "Isso vai de encontro ao que ela pregou na campanha, é uma medida antipática e penaliza extremamente o trabalhador de classe média baixa. Esse não tem saída, porque o imposto é tributado na fonte”, afirmou.
De acordo com ele, o país é extremamente injusto quando se fala em arrecadação, porque o prejuízo é maior para o assalariado. “O resultado disso é de um trabalhador cada vez mais pobre”, enfocou Odon.
Para o economista Rafael Bernardino, o reajuste do IR deveria repor, pelo menos, a inflação do período. “É mais um imposto este ano chegando na vida do trabalhador, enquanto isso o salário fica defasado e o poder de compra cai”, destacou.
Enquanto o governo federal adota um índice de reajuste para o IR que abraça cada vez mais uma grande parcela da população, desde 2010 a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem superado o centro da meta definido pelo governo (4,5%), acumulando uma defasagem que penaliza mais os trabalhadores de baixa renda.
Atualmente o limite para o trabalhador ser isento do Imposto de Renda é de R$ 1.787,77, após o desconto da contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social(INSS). Se a presidente Dilma Rousseff tivesse confirmado o reajuste maior, esse limite passaria para R$ 1.903,98.
Comentários