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ECONOMIA

Nordestinos mostram força de vontade para viver no Sudeste

Sem qualificação adequada, eles também precisam superar preconceitos e outros problemas para ganhar estabilidade econômica. 

Publicado em 13/04/2015 às 7:00

De trabalhador informal a empresário. Assim pode ser resumida a vida de Antonio Givaldo Gonçalves, 48 anos de idade, há 30 anos morando no Rio de Janeiro. Nascido em Natal (RN), ele chegou à Cidade Maravilhosa sem nenhuma profissão nem recurso, mas o que não lhe faltava era vontade de evoluir e aprender.

“Tinha facilidade de fazer amizade e onde eu chegava eu prestava atenção a tudo”, confessou. Ao longo de sua jornada, Antonio Givaldo atuou como pedreiro, eletricista, carpinteiro e motorista.

“O pessoal me chamava de puxa-saco, porque na hora do almoço eu ia trabalhar, mas eu só queria aprender cada vez mais um ofício. Muitas vezes, nem a minha carteira assinavam”, frisou.

Em alguns momentos da vida, o potiguar acumulou mais de uma função e chegou a trabalhar 16 horas por dia. Com tanta força de vontade, ele se capacitou por meio de cursos técnicos e entrou no ramo de prestação de serviços. Agora, ele e a filha de 23 anos têm uma empresa que realiza trabalho de manutenção em condomínios, além de trabalhar como taxista, com veículo próprio. A receita mensal é de aproximadamente R$ 15 mil. “Hoje faço meus próprios horários e minha vida é muito mais tranquila”.

Morador do bairro de Vila Isabel, o pequeno empresário Antonio Givaldo e a esposa (também natalense) planejam colher os bons frutos em um futuro próximo.

“Pretendo comprar um sítio no Rio de Janeiro quando parar de trabalhar. Vou me aposentar muito bem porque pago previdência privada”, salientou.

No outro contraponto desta realidade, a alagoana Niedja Almeida de Farias, 27 anos, ainda dá os primeiros passos rumo à sua estabilidade econômica. Há menos de um ano convivendo com os cariocas, ela trabalha como atendente de loja.

Ainda criança, Niedja Farias contou que foi morar na Paraíba, onde residiu inicialmente no município de Baía da Traição e mais tarde no bairro dos Bancários, em João Pessoa, onde estava desempregada. “Passei 2012 desempregada. Depois encontrei um emprego em uma loja de cosmético, mas só queriam me pagar R$ 250 por mês e não deu certo. Eu estudava pedagogia mas tranquei o curso na faculdade e vim para o Rio. Nesta cidade só não trabalha quem não quer, mas o custo de vida é alto”, se queixou.

A atendente de loja mora em Bento Ribeiro, na casa de uma irmã, que está no Rio de Janeiro há 17 anos. Ela recebe mensalmente R$ 1.700 (sem contar as comissões) e o marido trabalha como pedreiro de obras, mas o salário não foi revelado. Apesar das dificuldades, Niedja Farias é otimista e já faz planos para o futuro.

“Pretendo alugar uma casa só para nós dois, mas o preço é caríssimo. Um quitinete custa cerca de R$ 800 em um bairro ruim. Mas tenho fé que vou conseguir. Sei que no começo a gente sofre muito, aqui o preconceito é grande e nos chamam de 'Paraíba'. Mas o nordestino é forte, resiste”.

Análise da notícia

Por: Ivan Targino
Professor de economia da UFPB

A migração do nordestino em particular para o Sudeste do Brasil intensificou-se na segunda metade do século 20, motivada pelo forte crescimento econômico da época. A partir da crise econômica de 1980 até 1990 começou o fluxo de retorno, influenciado pela maior atratividade do Nordeste, que incrementou o polo industrial e expandiu a oferta de emprego e renda. Porém, este fluxo permanecerá enquanto existir desequilíbrio no desenvolvimento entre as regiões.

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Jornal da Paraíba

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