ECONOMIA
Nova regra da poupança começa hoje
Cadernetas e depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic.
Publicado em 04/05/2012 às 6:30
As regras de remuneração da caderneta de poupança, a mais tradicional e popular aplicação financeira do país, vão mudar hoje.
O novo modelo vale apenas para novos depósitos e novas contas. As que já existiam até ontem seguem com o cálculo de seus rendimentos sem modificações.
A nova regra terá um gatilho, a ser acionado sempre que a taxa básica de juros do Banco Central (BC), a Selic, for igual ou inferior a 8,5% ao ano - hoje ela está em 9%.
Neste caso, as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial). Enquanto a taxa do BC estiver acima de 8,5%, nada muda, inclusive para as novas poupanças, que continuam a ter uma correção de 6,17% ao ano mais TR, como prevê o modelo atual.
Ou seja, até 29 e 30 de maio, quando o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para decidir a nova taxa de juros, todos os depósitos da poupança, velhos e novos, seguem a correção atual. Se o BC reduzir os juros no final de maio para 8,5%, como é a expectativa do Palácio do Planalto, os novos depósitos passam a seguir a nova sistemática.
EXEMPLO
Um poupador que tem, hoje, uma caderneta com saldo de R$ 50 mil não terá sua remuneração alterada. Mas, se ele fizer um depósito de R$ 10 mil hoje, esse dinheiro fica sujeito à nova regra. Será corrigido por 70% da Selic sempre que o BC fixar os juros básicos num valor igual ou menor do que 8,5%.
Pelos cálculos da equipe econômica, com base nas novas regras, quando a Selic cair para 8,5%, a nova poupança terá uma correção de 6,2% ao ano. Se cair para 8%, o rendimento será de 5,6%. Se for reduzida para 6%, os novos depósitos da poupança terão correção de 4,2%.
REDUÇÃO DE JUROS
A nova regra entra em vigor hoje por meio de Medida Provisória e foi uma decisão da presidente Dilma Rousseff para liberar o Banco Central a seguir reduzindo a taxa de juros básica - aquela que serve como referência para todo o mercado financeiro.
Dilma decidiu baixar a medida nesta semana, depois de uma reunião com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O governo acredita que conseguirá convencer o Congresso e a população da necessidade da medida sob o argumento de que, sem ela, os juros do BC não poderiam cair mais, e ficariam parados em 9% ao ano. Segundo a equipe econômica, uma taxa de juros de 8,5% já começa a provocar fuga de recursos de aplicações.
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