ECONOMIA
Onde buscar crédito mais barato?
Gestor deve se programar para evitar a bola de neve das altas taxas de juros, que acumuladas podem ser responsáveis pelo fracasso dos negócios.
Publicado em 11/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:20
Com o capital de giro em baixa e a necessidade de conter custos mais altos, o empresário paraibano precisará reforçar o planejamento na hora da obtenção de créditos para as compras de final de ano. Especialistas apontam que na atual situação econômica do país, o gestor deve se programar para evitar a bola de neve das altas taxas de juros, que acumuladas podem ser responsáveis pelo fracasso dos negócios.
O analista técnico do Sebrae Martinho Montenegro defende que o empresário precisa analisar as diversas opções, mas os bancos privados devem ser a última das opções. “A sugestão é que se procure os bancos de desenvolvimento, que não têm o lucro como interesse principal, como BNB, por exemplo”.
Para o analista, esses bancos oferecem condições diferenciadas de créditos, muitos com abatimento nas taxas de juros. “As taxas de juros são em média de 4,5% ao ano, mas se o empresário pagar em dia ele tem abatimento e essa taxa cai para até 3,5%. É uma taxa muito atrativo para o gestor”, explicou Martinho Montenegro. Com inflação de 6% ao ano, a taxa de juro é negativa.
Segundo informações da gerência de negócios do Banco do Nordeste, as linhas de créditos são variadas, dependendo da demanda do empresário. A Conta Garantida oferece crédito à taxas de 1,15% ao mês, enquanto no Capital de Giro Simples a taxa é de 1,13%.
A linha Giro Estoque, voltada para aquisição de matéria-prima ou estoque para comercialização, oferece créditos a taxas a partir de 1,12% ao mês. Além dos bancos governamentais, as cooperativas também podem ser uma boa opção para os empresários que planejam as compras de final de ano, segundo explicou o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL), José Artur Melo de Almeida.
“O empresário tem que observar onde consegue ter menor taxa de juros. Nesse aspecto as cooperativas são mais viáveis, porque elas têm menor custo de operações e conseguem disponibilizar taxas menores aos empresários”.
Burocracia leva lojistas a linhas de crédito mais caras
Segundo o presidente da Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Álvaro Morais, o acesso às linhas de crédito fornecidas pelos bancos governamentais é mais difícil, por isso os empresários recorrem aos bancos privados. “Há dificuldade em se obter linhas de crédito nos bancos de desenvolvimento, por isso o banco privado se mostra mais atrativo para alguns empresários”. O representante da ACCG explicou que alguns empresários preferem pagar taxas mais altas, devido à praticidade dos bancos privados.
“Muitas vezes o banco governamental estabelece processos muito longos, ao contrário dos privados, que são mais fáceis e rápidos, além de terem muitas opções de crédito. O empresário opta por pagar mais pela rapidez”, disse Álvaro. No Banco do Brasil, as linhas de créditos são variadas e podem aliviar a preocupação do empresário que precisa de crédito rápido. A assessora para negócios jurídicos Regina Correia explicou que a avaliação de crédito não costuma se estender por muito tempo.
“Normalmente o empresário abre uma conta e apresenta os documentos de praxe, como faturamento dos últimos 12 meses. Daí é feito uma análise com diversos parâmetros, como a performance da empresa, seu histórico e operações com recebíveis. Isso costuma levar menos de um mês”, disse Regina. Para os empresários que já são clientes do banco, a espera é ainda menor. A linha BB Capital de Giro possui taxa de juros a partir de 1,4%, dependendo das análises de créditos feitas pelo banco.
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