ECONOMIA
Paraíba gera 118,1 mil empregos em nove anos
Dados da Caged mostram que entre os anos de 2003 a 2011, foram gerados 118,167 mil postos de trabalho na Paraíba.
Publicado em 01/05/2012 às 6:30
Com médias salariais de admissão historicamente um pouco acima do valor do salário, os setores de comércio e de serviços foram os que mais geraram empregos na Paraíba nos últimos nove anos. Segundo dados da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, entre os anos de 2003 e 2011 foram gerados de saldo 118,167 mil postos, sendo que os setores de comércio e serviços foram os responsáveis por 61% deste total (70,9 mil).
Somente o comércio abriu 37,4 mil vagas, o que corresponde 32,65% do total no período. Já o setor de serviços gerou 33,5 mil novos postos, o que corresponde a 28,75%. Por outro lado, entre os cinco setores que mais geraram empregos entre 2003 e 2011, a agropecuária teve o pior desempenho (apenas 3.043 vagas, o que representa 2,6% do total).
ERA DA FORMALIZAÇÃO
Com o crescimento da formalização do emprego na primeira década do século 21, o saldo médio de empregos criados na Paraíba atingiu 13,1 mil postos no período de 2003-2011, mas o maior saldo na Paraíba ficou no período de 2007-2011 (14,5 mil), enquanto na primeira metade do levantamento do Caged (2003-2006)registrou uma média menor (8,3 mil).
COMERCIÁRIAS
Trabalhando como comerciária desde o final do ano passado, Tatiana Silva comemora a oportunidade de emprego, mas comenta que os salários da categoria deveriam ser melhores.
“Estou satisfeita, mas acho que os salários poderiam ser melhores e acho que os horários poderiam ser diferentes, pois é muito cansativo”, disse.
Neste ano, o setor continua contratando e o aquecimento é comemorado também pelos novos funcionários. “Estou trabalhando no comércio há um mês e estou gostando bastante”, comentou a vendedora Mariana Medeiros. “Estou satisfeita porque eu trabalhava em um salão e queria um emprego mais fixo”, acrescentou a vendedora.
Para o economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Paraíba, Renato Silva, a concentração da geração de empregos nos setores de comércio e serviços está relacionada à realidade econômica do Estado. “Nós sabemos que a indústria não possui um peso tão forte na economia paraibana e historicamente os setores de comércio e serviços são os que mais empregam.
Este índice vem crescendo. Temos um mercado consumidor que vem sendo ampliado devido à melhoria de renda da população”, diz.
Com relação ao perfil das pessoas que ocupam a maioria das vagas geradas, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Paraíba (Fecomércio-PB), Marconi Medeiros, afirmou que a maioria das pessoas que buscam uma vaga nos setores de comércio e serviços são jovens. “Principalmente os jovens procuram trabalhar nestas áreas por causa do nível de escolaridade exigido e porque ao mesmo tempo que trabalham podem estudar e se capacitar”, acredita. “É como se fosse uma porta de entrada para o primeiro emprego”, acrescentou.
PIOR SALÁRIO
Para Renato Silva, mesmo com o piso salarial um pouco acima do valor do salário mínimo em 2011 (R$ 689,04), a média salarial do Estado foi puxada para baixo nos últimos três anos seguidos.
Há três anos, a Paraíba tem a pior média do país nos admitidos, segundo levantamentos registrados pelo Ministério do Trabalho.
“Como na maior parte das vagas disponibilizadas no mercado de trabalho gira em torno do salário mínimo, a remuneração média no Estado é puxada para baixo”, avaliou.
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