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ECONOMIA

Paraíba importa três vezes mais do que exporta

Apesar de registrar o maior crescimento do ano no mês de outubro, o índice de exportações na PB continuam três vezes mais baixo do que o de exportações, o que eleva o déficit da balança comercial.

Publicado em 16/11/2010 às 9:52

Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba

As exportações paraibanas em outubro registraram o maior crescimento do ano ante igual período do ano passado, mas o volume de importação continua três vezes mais alto, elevando o déficit da balança comercial. Dados do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior (Mdic) revelam que no último mês o montante das vendas para exterior atingiu US$ 17,7 milhões contra US$ 10,7 milhões de outubro de 2009, alta de 64,04% em relação ao mesmo mês do ano passado. Sobre o mês anterior, as exportações aumentaram menos (12,73%).

Já as importações apresentaram alta menor (21,56%) no mesmo período, mas em compensação o volume chega a ser 3,05 vezes maior US$ (54,1 milhões). O déficit somente em outubro (diferença entre exportações e importações) ficou em US$ 36,4 milhões no Estado. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o montante das exportações atingiu US$ 165,8 milhões, o que representa alta de 24,44% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto as importações somaram R$ 568,7 milhões, alta de 55,99%. Com o resultado de outubro, o déficit acumulado de 2010 registrou novo recorde histórico ao atingir US$ 402,9 milhões.

Com o câmbio favorável, as compras internacionais vêm sendo ampliadas, comprometendo o desequilíbrio comercial e reduzindo as divisas. Para se ter uma ideia do avanço das importações, a média na Paraíba cresceu de 36,4 milhões nos dez meses de 2009 para US$ 56,8 milhões este ano. Já as exportações passaram de US$ 13,3 milhões para pouco mais de US$ 16,8 milhões.

Na prática, o que é comprado no exterior continua crescendo negativamente mês a mês, com média de três vezes mais alta que as vendas internacionais. Os maiores picos foram em julho quando as importações chegaram a US$ 110,8 milhões (+287,5%) e em setembro US$ 68,5 milhões (+113,9%).

Na Paraíba, cerca de 70% das exportações permanecem concentradas em duas empresas. A indústria têxtil Coteminas exportou US$ 3,3 milhões em outubro e lidera as vendas do comércio exterior na Paraíba no acumulado do ano com US$ 57,8 milhões. Praticamente empatado nas vendas internacionais com a Cotemina aparece a indústria de calçados Alpargatas, que apresentou melhor desempenho no último mês (US$ 6,1 milhões), acumulando nos dez meses deste ano (US$ 57,2 milhões).

As usinas Monte Alegre e São João vêm bem mais atrás nas exportações com US$ 5,2 milhões e US$ 5,1 milhões, ficando na terceira e quarta posição respectivamente.

No ranking das importações, a empresa termelétrica Borborema Energética, instalada em Campina Grande, mesmo sem compras no exteriro em outubro lidera as importações no acumulado deste ano com US$ 54 milhões (9,5% do total), seguido de perto da indústria Alpargatas que também não registrou importação no último mês (US$ 52,7 milhões).

Já a a empresas Exito Importadora e Exportadora comprou mais de US$ 3,1 milhões em outubro e somou US$ 37,2 milhões. Na sequência, vieram a indústria têxtil Coteminas (US$ 29,6 milhões) e a Secretaria de Saúde do Estado que importou US$ 28 milhões este ano, que não registraram compras no mês de outubro.

Os produtos chineses continuam liderando a preferência das empresas paraibanas no ato de importar. Em outubro, foram comprados mais de US$ 23,9 milhões da China, somando no ano US$ 176,8 milhões alta de 26% neste ano e participação de 31,1% do total das importações. Para se ter uma ideia do desequilíbro, somente a China vendeu à Paraíba mais do que todo o volume exportado este ano pelas empresas do Estado (US$ 165,8 milhões). Os EUA ficaram em segundo lugar nas compras dos importados (US$ 78 milhões), alta de 13,73%). Finlândia fica em terceiro com US$ 55,3 milhões.

No ranking das exportações, os Estados Unidos permanecem na liderança das exportações (US$ 67,5 milhões), o que representa sozinho 40,7% do total. Bem mais atrás vem a Espanha (US$ 15,6 milhões) e a Argentina (US$ 15 milhões).

Leia a reportagem completa no Jornal da Paraíba desta terça-feira (16)

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Jornal da Paraíba

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