ECONOMIA
Paraíba pode gerar novo nicho de negócios em Cuba
Com mercado interno desaquecido e câmbio valorizado, exportações podem crescer
Publicado em 19/08/2015 às 8:55
Em tempos de retração e baixas vendas no mercado interno, as empresas paraibanas com foco em exportação podem ampliar as vendas internacionais para o mercado cubano. Para a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB), as empresas nas áreas de cimento, calçados, turismo, alimentos e de móveis têm as maiores oportunidades. O presidente da Fiep, Francisco Buega Gadelha, afirmou que o Porto de Mariel, na ilha cubana, já oferece “grandes oportunidades de investimentos para as empresas da Paraíba, seja exportando ou instalando plantas alternativas na Zona de Mariel”. O câmbio mais valorizado (R$ 3,50) eleva a importância das exportações com mercado interno desaquecido.
Ontem, empresários paraibanos participaram do “Seminário Oportunidades de Negócios e Investimentos” em Cuba, realizado no Centro de Turismo e Lazer Sesc Cabo Branco, em João Pessoa. Um dos participantes foi o consultor em estratégia e organização de empresas, Paulo Júnior.
“O cimento paraibano desponta com grande potencial neste mercado, já que a Paraíba deverá ser o segundo maior polo cimenteiro do país nos próximos dois anos. Temos ainda calçados, atacadistas na área de alimentação e o turismo, para o paraibano que desejar empreender em Cuba”.
O Consulado Geral e a Embaixada da República de Cuba apresentaram as potencialidades do país a empreendedores paraibanos de diversos setores. O evento foi promovido pelo Governo do Estado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep) e Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio-PB).
Para o governador Ricardo Coutinho, o momento atual de maior abertura econômica em Cuba pode ser importante para ampliação de mercados.
“É interessante para ampliarmos o mercado, principalmente em uma época de crise como a que estamos vivendo. É um seminário de prospecção, onde diversos empresários e entidades estão presentes para conhecer as possibilidades comerciais que Cuba traz para o Brasil e para o mundo. Estamos nos posicionando e ajudando a classe empresarial para que, a médio prazo, possamos vender mais, reforçar nossa economia e gerar mais empregos”, afirmou Ricardo Coutinho.
A carteira de oportunidades de investimentos estrangeiros apresentada pelos cubanos contém 246 projetos, que totalizam aproximadamente US$ 8,7 bilhões em variados setores de interesse. A consulesa-geral de Cuba, Laura Pujol, apontou que, devido à nova legislação aprovada em 2014, Cuba tem diversificado e ampliado sua inserção econômica internacional, triplicando o intercâmbio comercial nos últimos 10 anos. Segundo ela, há um alto potencial para incrementar o comércio bilateral entre Brasil e Cuba. "A promoção do investimento estrangeiro é uma das ações de maior destaque no processo de atualização do modelo cubano”, frisou.
BALANÇA COMERCIAL
De janeiro a julho deste ano, as empresas paraibanas venderam para o mercado cubano pouco mais de US$ 1,051 milhão, o que representou uma queda de 45% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto as exportações gerais da Paraíba recuaram 16,55%. Cuba fica apenas em 19º país no ranking das exportações paraibanas que contém ao todo 30 países. Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição como fornecedor de produtos para Cuba, com destaque para os setores de alimentos e bebidas; máquinas e equipamentos; casa e construção civil; e moda.
FEIRA INTERNACIONAL
Para uma aproximação maior do mercado cubano, o conselheiro comercial da Embaixada de Cuba, Raciel Prohenza, convidou os empresários paraibanos para participarem da Feira Internacional de Havana (Fihav), que será realizada entre os dias 1 e 7 de novembro.
O evento é considerado o mais importante encontro comercial e multisetorial de Cuba. Em 2014, a Fihav contou com a participação de 45 empresas brasileiras. Segundo Prohenza, a expectativa é que neste ano um número maior de investidores do Brasil participe do evento e, para isso, os cubanos esperam uma participação mais significativa de empresas nordestinas.
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