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ECONOMIA

Paraíba tem maior perda de rebanho

Com queda de 28,6%, o rebanho no Estado apresentou a maior baixa do país no efetivo bovino em 2012.

Publicado em 11/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 17:51

A seca trouxe fortes consequências negativas para os criadores de animais na Paraíba. Com queda de 28,6%, o rebanho no Estado apresentou a maior baixa do país no efetivo bovino em 2012 na comparação com ano anterior, passando de 1,354 milhão de cabeças, em 2011, para menos de um milhão no ano passado (967.067). A perda foi de 387,201 mil cabeças de gado apenas no ano passado no Estado.

No mesmo período, a Paraíba também obteve reduções fortes na criação de caprinos (-18,6%) e de ovinos (16,30%). Os dois rebanhos de porte médio tiveram juntos perdas de 183 mil animais no ano passado. (Veja o quadro)
O Nordeste também registrou a maior queda (-4,5%) entre as regiões brasileiras, mas o índice foi bem abaixo da taxa paraibana. Os dados são da Pesquisa de Produção Pecuária Municipal 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O supervisor do setor de agropecuária do IBGE, José Rinaldo de Souza, explicou que esta queda foi causada basicamente pela estiagem do período, que se prolonga até hoje. “Muitos animais morreram, outros foram abatidos, vendidos e até transferidos para outros estados para não morrer de fome. Alguns criadores evitaram até de fazer cruzamento com seu rebanho porque não tem como sustentá-lo”, revelou.

Segundo Rinaldo, cerca de 90% da baixa se concentrou no Sertão paraibano. No Agreste também houve perda, mas foi bem menor, ficou em torno de 10% do rebanho.

O secretário de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba, Marenilson Batista, disse que os dados retratam uma situação de perdas no rebanho por conta da seca, mas que o Estado está realizando algumas ações para que a situação não se agrave. “Estamos fazendo distribuição de ração subsidiada em parceria com o governo federal, renegociando dívidas dos criadores, orientando a aquisição de crédito junto ao Pronaf, com distribuição de água através de carro-pipa e escavação de poços”, afirmou.

Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, disse que não é contra "ações assistencialistas do governo, mas elas são medidas paliativas que não resolvem a situação dos pecuaristas”. Ele afirmou que a seca não ficou apenas no ano passado, mas se prolonga até este ano e prevê ainda redução mais forte do rebanho que deve chegar a 35%.

“Não sou contra ações como distribuição de água com carro-pipa, mas se não houver uma política pública diferenciada e permanente para o produtor do Sertão e do Cariri, a situação só tende a piorar e as perdas de 2013 serão maiores, esperam os pecuaristas. Os bancos estão oferecendo crédito aos produtores, mas como ele vai adquirir mais dinheiro se não tem como pagar? Onde está a transposição das águas do São Francisco", desabafou Mário Borba.

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Jornal da Paraíba

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