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ECONOMIA

PB atrai poucos estrangeiros

Estado ficou em último lugar em números de autorizações de trabalho para estrangeiros, segundo dados do Ministério do Trabalho.

Publicado em 26/02/2013 às 6:00


O grau de atração do mercado de trabalho da Paraíba para estrangeiros ainda é muito baixo no Nordeste. O Estado ficou na última posição do Nordeste em números de autorização para trabalhadores estrangeiros no ano passado, segundo dados da Coordenação Geral de Imigração do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). No ano passado, o Estado atraiu apenas 46 pessoas de fora do país dispostas a ocuparem uma vaga no mercado paraibano. A queda com relação a 2011, quando foram registrados 54 trabalhadores de outros países, foi de 14,8%. Na Região, os estados da Bahia (1.001), Ceará (967), Pernambuco (894) e Rio Grande do Norte (831) lideraram em número de autorizações.

Na Paraíba, Portugal (13) e Espanha (13) concentraram a maior parte das autorizações. Completam a lista, Itália (5), EUA (5), Peru (3) e Mali. Outros países somam cinco autorizações. Apesar da queda do número estrangeiros em 2012, o volume dos investimentos cresceu 48,82% no ano passado, quando comparado ao ano anterior. Eles somaram R$ 4,225 milhões em 2012, contra R$ 2,839 milhões. Foi o 5º melhor investimento estrangeiro do Nordeste e 10º do país em 2012.

A explicação, segundo profissionais ligadas ao mercado paraibano, pode estar no grau de exigência nas funções pleiteadas pela mão de obra estrangeira pelo Estado, que tem ainda baixa remuneração oferecida. O supervisor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renato Silva, afirmou que o mercado local é menos atrativo para este tipo de trabalhador porque estes imigrantes costumam ter um alto grau de escolaridade.

“O pessoal que vem de fora do país tem mais capital humano do que os nativos e procuram cargos específicos e com boa remuneração. E a Paraíba tem uma maior oferta em áreas que não exigem tanta escolaridade em áreas como o comércio, bares e restaurantes e os salários não são compatíveis com a expectativa dos imigrantes”, explicou Renato Silva.

A coordenadora do Sine-JP, Ludmila Carvalho, afirmou que há pouco registro de trabalhadores estrangeiros no local. Dos cerca de 1.400 cadastros que são feitos por mês, apenas 1% é de mão de obra estrangeira. “O perfil deste trabalhador é de uma pessoa com bom nível de escolaridade e as funções que geralmente ocupam é na área da engenharia mecânica, civil ou de professores”, disse.

Segundo a psicóloga do setor de empregabilidade da empresa de consultoria de Recursos Humanos MRH Gestão, Maria Helena Morais, os candidatos estrangeiros que chegam à empresa são exigentes com relação à função que pleiteiam e não aceitam atuar em subemprego.

“Tenho cinco candidatos estrangeiros cadastrados, mas eles só pedem cargos executivos, de gerência. O brasileiro quando vai para fora do país aceita atuar em subempregos, mas o estrangeiro que chega aqui não. Por isso tenho pessoas que estão há mais de um ano procurando uma colocação e não encontram. A Paraíba também oferece uma baixa remuneração se comparada com outros estados”, afirmou Maria Helena Morais.

A psicóloga da MRH Gestão afirmou, ainda, que a procura deste público na empresa é pequena. Dos cerca de 300 cadastros registrados semanalmente, cerca de 2% são de candidatos estrangeiros.

No país
O governo concedeu a 73 mil estrangeiros autorização para trabalhar no Brasil no ano passado. Essa quantidade de vistos representa alta de 3,5% em relação a 2011, quando as autorizações temporárias e permanentes somaram 70,5 mil. Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho apontam que os profissionais autorizados a trabalhar no Brasil estão mais qualificados, destacou a pasta, em nota.

Entre 2011 e 2012 as autorizações de trabalho para profissionais com mestrado subiram de 1.400 para cerca de 2.000. O mesmo aconteceu com os vistos para doutores, que saltou para 316 no ano passado, ante 204 concessões em 2011. Do total de autorizações de trabalho concedidas a estrangeiros no ano passado, 64,6 mil são temporárias e 8,3 mil são permanentes.

Em relação aos temporários, o Ministério do Trabalho diz que são profissionais altamente qualificados e que atuam nas áreas de gerência e supervisão de empresas que demandam conhecimento não disponível no país, como em engenharia, tecnologia, análise de sistemas, petróleo e gás, construção civil e obras de infraestrutura.

Portugal, Espanha e China foram as nacionalidades com as maiores altas no número de estrangeiros que receberam esses vistos, diz a nota. Os dados divulgados também incluem o impacto da concessão de residências especiais de caráter humanitário pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) aos haitianos. Essas autorizações somaram 4.700 no ano passado.

HOLANDÊS PROCURA EMPREGO HÁ SEIS MESES NA PARAÍBA

Um dos exemplos de pessoas estrangeiras que procuram emprego no Estado é a história do holandês Alexander Michael van Gemert.

Ele que está há um ano e oito meses na Paraíba. Ele mora atualmente em Campina Grande. Desde que chegou ao Estado só trabalhou durante nove meses como vendedor de uma empresa, ou seja, fora de sua área. Gemert está desempregado há seis meses e atua como vendedor autônomo.

Os esforços para encontrar uma colocação em terras paraibanas não foram poucos. Gemert chegou a entregar mais de 100 currículos em lojas de shopping center e hotéis, em João Pessoa.

Ele relatou que chegou a andar a pé por horas à procura de um emprego. “Tenho um currículo bom e é difícil encontrar um trabalho no meu ramo. Eu atuava como coordenador e gerente de vendas, mas até hoje não consegui uma vaga nesta função.

Somente em João Pessoa deixei 130 currículos e nada. Quando cheguei ao Brasil tinha consciência de que não receberia a mesma remuneração, mas a situação é difícil”, confessou.

Alexander Michael Van Gemert conta que não desistiu de encontrar uma colocação bem remunerada. “Este trabalho é provisório, ainda procuro um trabalho. Em Campina Grande é difícil porque tem muitos estudantes e eles aceitam ganhar um salário baixo. Como tenho um bom currículo é mais difícil as empresas contratarem”, explicou.

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Jornal da Paraíba

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