ECONOMIA
PB é apenas o 7º em investimentos da iniciativa privada
PB é um dos estados que menos recebe investimentos da iniciativa privada. Bahia e Pernambuco são preferidos pelas empresas.
Publicado em 01/12/2011 às 6:30
Com US$ 347,5 milhões em volume de investimentos entre janeiro e outubro deste ano, a Paraíba é apenas o sétimo entre os nove estados do Nordeste no ranking de captação de investimentos privados. O Estado só ficou à frente de Alagoas e Sergipe, e com participação de 1,5% do total de US$ 23,6 bilhões de aportes recebidos pelos estados nordestinos este ano. Os dados são da Rede Nacional de Informações sobre Investimentos (Renai), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Mesmo sendo a quinta maior economia do Nordeste, a Paraíba está perdendo investimentos para estados com indicadores econômicos menores, como Rio Grande do Norte e Piauí. Já a diferença com a Bahia, líder do ranking na região e quarto maior destino de captação no Brasil, é colossal. De janeiro a outubro, os baianos receberam US$ 10,5 bilhões, 44,6% de todo o aporte para a Região.
Nos dez meses deste ano, a Paraíba recebeu apenas três investimentos. O maior deles, a construção da fábrica de cimento da Brennand, que representa 98% do total, com um investimento de US$ 341,61 milhões, na cidade de Pitimbu, Litoral Sul. O outro é a implantação de um terminal para armazenagem de grãos da empresa de logística Top Log, em Cabedelo, que terá um montante de US$ 5,03 mi, enquanto a construção da nova sede da escola de idiomas Cenid, em Campina Grande, custou US$ 880 mil.
Para o coordenador-geral da Renai, Eduardo Celino, a quantidade de investimentos não tem relação direta com o tamanho da economia de cada Estado, mas com o clima para investimentos e a disposição das empresas em investir em determinadas regiões. “Os estados menores precisam se colocar em evidência aos olhos dos investidores, não podem se esconder. Por serem mais conhecidos, os estados do Centro-Sul recebem habitualmente mais investimentos”, analisa.
Ele acrescenta que para se colocar em destaque e tornar-se atrativo aos investidores estrangeiros não é necessário investir muito ou montar escritórios no exterior, mas criar uma rede de relacionamentos em grandes centros, que geralmente recebem este tipo de investimento. “Talvez com escritórios nestes estados mais tradicionais, com pessoas aptas a captar investimentos de acordo com as potencialidades do Estado, este panorama mude”, orienta Celino.
Neste caso, a informação é a ferramenta mais importante no contato com investidores, lembra o coordenador, ao afirmar que quanto mais estruturados forem os estados para este relacionamento, mais chances de sucesso em uma negociação.
Eduardo Celino diz ainda que os grandes aportes de investimentos em estados como Bahia, Maranhão e Pernambuco são reflexo de um trabalho que eles vêm desenvolvendo para se colocar em evidência, já que “os investimentos não vêm por acaso”. O coordenador-geral lembra que, além da visibilidade, o Estado tem de apresentar propostas viáveis e vantajosas para as empresas, e que os incentivos fiscais e a capacitação da mão de obra são preponderantes na decisão.
"É bom a Paraíba se preparar, pois o Brasil e o Nordeste entraram de vez na rota dos grandes investimentos da economia mundial ", apontou o coordenador.
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