ECONOMIA
PB lidera produção de arroz vermelho e negro
Com capacidade produtiva de 4 mil toneladas por ano, estado encabeça ranking nacional de produção.
Publicado em 19/02/2012 às 18:19
Uma cultura que sobrevive há mais de 300 anos e alimenta milhares de paraibanos. Com alto valor nutritivo e potencialmente valorizado no mercado brasileiro e fora dele, a produção de arroz vermelho e de arroz negro é fonte de renda para aqueles que cultivam e comercializam o produto, na região do Sertão da Paraíba. O Estado lidera o ranking de produção no país, com uma capacidade produtiva de aproximadamente 4 mil toneladas a cada ano, conforme estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Somente na região do Vale do Piancó, principal área de cultivo do produto, são mais de 5,3 mil hectares plantados todos os anos. Na Paraíba, o arroz vermelho é um dos principais ingredientes da culinária regional. Em termos de Nordeste, estima-se que a superfície atualmente cultivada com arroz vermelho esteja reduzida a um terço do que já foi no passado, muito embora a demanda por parte dos consumidores não tenha diminuído.
“Hoje existe um movimento que tem por finalidade resgatar e aumentar essa produção. Os produtores, sejam eles em larga escala ou aqueles que cultivam familiarmente, recebem incentivos à produção e temos procurado testar novas variedades; em parceria com pesquisadores da Embrapa e técnicos da Emater”, observa o diretor técnico da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), Wandrick Hauss de Sousa.
O plantio do grão é feito entre o fim de dezembro e início de janeiro, época em que predomina o período chuvoso na região sertaneja da Paraíba. Já a colheita é realizada entre os meses de abril e maio. “Mas já no mês de novembro a gente percebe que os agricultores, sobretudo aqueles que plantam em pequenos sítios na zona rural, começam a preparar o solo”, relata Antônio Araújo, de 49 anos, agricultor da cidade de Itaporanga e que há 6 anos planta o arroz, em uma pequena propriedade, de pouco mais de quatro hectares.
O arroz vermelho produzido na cidade de Santana dos Garrotes, no Vale do Piancó, já é exportado para a Itália e gera renda para agricultores paraibanos. Para o especialista do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Domingos Lélis, há um grande potencial para exportação do arroz vermelho, especialmente na culinária italiana, que é especializada em risotos. Há informações de uma demanda de 1.200 toneladas por ano para o país. “Nós temos um solo propício para produzirmos, um mercado nacional e internacional que possui demanda, e um arroz nutritivo”, avalia Wandrick Hauss.
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