ECONOMIA
PB tem maior alta na construção
Segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), a taxa paraibana subiu mais forte que a Região (3,47%) e o país (4,64%).
Publicado em 09/10/2012 às 6:00
Com um percentual de 6,41%, a Paraíba apresentou a maior alta do Nordeste no que se refere aos custos da construção civil de janeiro a setembro deste ano, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa paraibana subiu mais forte que a Região (3,47%) e o país (4,64%).
Em decorrência da alta no preço de insumos como o cimento e o concreto, além da mão de obra cada vez mais valorizada, os valores dos imóveis na Paraíba vêm crescendo consideravelmente nos últimos anos. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Irenaldo Quintans, explica, porém, que uma parte desses reajustes é absorvida pelas construtoras, tudo para amenizar os gastos da população. “Os empresários do ramo da construção entendem que o consumidor tem renda limitada, por isso as construtoras costumam absorver uma parte dessa alta dos custos, reduzindo sua margem de lucro. É claro que o repasse é inevitável, mas ele é amenizado o máximo possível”, disse.
Segundo ele, os gastos com mão de obra cresceram em até 14% neste ano, mais do que o dobro da inflação.
Ainda conforme aponta o IBGE, a Paraíba tem o segundo custo médio de construção do metro quadrado mais caro do Nordeste.
Com um valor estimado em R$ 826,22, o Estado fica atrás apenas do Maranhão, cujos gastos com o metro quadrado, desconsiderando o valor do terreno, chegam aos R$ 857,39. A região Nordeste, por sua vez, apresentou um preço médio bem inferior, de apenas R$ 794,31. “Hoje em dia, a demanda por trabalhadores é bem maior que a oferta e isso aumenta os salários. Tem também a questão do material. Os fretes estão mais caros, e como a maioria dos insumos vem do Sul, isso acaba elevando nosso índice também”, disse o engenheiro, que estima em até 40% a participação da mão de obra nos gastos de uma obra.
O diretor administrativo da Fibra Construtora, Diogo Leandro, se mostrou surpreso com os dados, afirmando ainda acreditar que eles estão relacionados ao forte desenvolvimento econômico pelo qual o Nordeste está passando. “A Região está dentro de um processo intenso de crescimento urbano, as capitais estão crescendo e a demanda por imóveis também. A tendência é que os materiais fiquem mais caros mesmo”, opinou, destacando o concreto, o cimento, o ferro, a areia e a mão de obra como os principais pontos que alavancaram os custos da construção.
Para melhorar a competitividade em um mercado tão concorrido, as construtoras estão fazendo uso de duas estratégias principais.
“As empresas podem apresentar um preço mais em conta para o consumidor ou manter o ritmo de crescimento do valor do imóvel, mas, para compensar, investir em inovação de produtos, comodidade e áreas de lazer atraentes. Para se destacar, a saída é buscar a qualidade e um diferencial”, acrescentou. Para Quintans, a qualificação da mão de obra. “É preciso que a oferta se iguale com a demanda e isso só será possível através do treinamento desses trabalhadores”, concluiu.
RECUPERAÇÃO
Já o diretor comercial da Construtora Planc, Clóvis Cavalcanti, atribuiu a alta deste ano à recuperação de perdas. “Durante muito tempo, os valores de construção do Estado, especialmente de João Pessoa, ficaram defasados. O que está acontecendo é apenas um ajuste à realidade para impedir que os trabalhadores do setor partissem para outros lugares em busca de melhores salários. Contudo, o consumidor paraibano continua pagando por um dos metros quadrados mais baratos do país”, explicou.
Comentários