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ECONOMIA

Perfis abandonados precisam ser excluídos

Para evitar problemas futuros, especialistas aconselham usuários a deletar contas em redes sociais 'abandonadas'.

Publicado em 21/11/2012 às 6:00


Com a velocidade do mundo virtual, todos os dias os internautas encontram novas opções de redes sociais a serem seguidas. O Facebook é o novo Orkut, o mIRC foi 'assassinado' pelo MSN Messenger (que está prestes a ser substituído pelo Skype) e o Twitter luta todos os dias para continuar interessante, mas em época de Pinterest e WeHeartIt, aliado à popularização dos aplicativos móveis, como Whatsapp, por exemplo, essa batalha não está sendo tarefa fácil. Com a quantidade de novidades, a tendência é que os usuários migrem para novos serviços, esquecendo as informações deixadas na rede anterior.

No entanto, diversos especialistas alertam: ao primeiro sinal de 'morte' é essencial organizar o 'velamento' e 'enterro' da rede social, excluindo todas as informações contidas no perfil anterior, uma vez que essas informações podem ser usadas de forma indesejada por terceiros, acarretando desde problemas simples, como divulgação de uma foto comprometedora, até sérios contratempos, como hackeamento de conta, onde determinado usuário tem suas informações copiadas e utilizadas de forma indevida.

A estudante Maria Eduarda Medeiros, 23 anos, já passou por quase todas as redes sociais que tiveram sucesso no país.

MySpace, Fotolog e Orkut há alguns anos eram os responsáveis por suas longas horas em frente ao computador. Hoje, ela praticamente não entra nestas contas, mas suas informações, entretanto, estão lá para qualquer um que deseje visitar.

De acordo com a estudante, ela já teve pequenos problemas por conta das contas esquecidas, mas nada que a fizesse excluir os perfis. “Deixei de lado (as antigas redes sociais) porque muitos dos meus amigos deixaram de usá-las. Não excluí porque de vez em quando gosto de dar uma olhada, conferir as fotos antigas, tenho medo de deletar de vez e me arrepender. Mas também já me arrependi de ter deixado algumas informações antigas”, contou.

O principal problema enfrentado por Maria Eduarda veio dos próprios amigos, que resolveram fazer piada com suas antigas informações. “A gente quando é jovem tira fotos que mais na frente não são bem vistas, viram motivo de piada. Uma vez um amigo encontrou meu antigo endereço de Fotolog, que eu nem lembrava que existia. Não deu outra, foi piada na certa. Até hoje eles gostam de brincar com essas fotos, mas nada que me cause problemas, só brincadeira de amigos mesmo”, relatou a estudante.

Esses problemas, no entanto, podem ser bem mais sérios do que a simples brincadeira de amigos, conforme alertou o professor de Segurança da Informação da Faculdade Estácio Idez José Quaresma Filho. “Se o usuário deixa uma conta sem uso, ele perde o controle sobre suas informações. Eles podem ter suas informações usadas por pessoas mal intencionadas, que podem usar suas fotografias e informações de forma indevida. O ideal é cancelar essas contas. Se você não vai mais usá-la, é melhor excluir, assim o usuário fica livre de possíveis problemas”, aconselhou.

Para o especialista Dênio Mariz, professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), nenhuma empresa incentiva o usuário a deletar essas informações antigas, visto que elas são usadas para manter as redes sociais vivas.

“Quando um familiar falece, por exemplo, os parentes podem requisitar juridicamente para que aquela conta seja deletada.

Salvo isso, as empresas não têm interesse que os usuários deletem suas contas, muito pelo contrário, eles contratam diversos funcionários para analisar essas contas, elas passam a ser materiais de estudo da empresa”, informou o pesquisador em segurança de dados.

O termo de utilização do Facebook, por exemplo, que todo usuário aceita antes de começar a utilizar o serviço, é incisivo quanto ao conteúdo publicado no site. De acordo com o documento, ao inserir quaisquer tipos de informações na rede social, seja texto, vídeo ou foto, aquele material passa a pertencer ao Facebook, ou seja, quem tem o direito sobre aquelas informações é o site e não o usuário. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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