ECONOMIA
Pessoal ocupado na indústria da Paraíba recua 10,5% em dez anos, aponta IBGE
Entre 2014 e 2023, surgiram 31 novas unidades industriais na Paraíba, conforme levantamento.
Publicado em 26/06/2025 às 7:52

Na Paraíba, o número de pessoas ocupadas em unidades industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas, caiu 10,5% entre 2014 e 2023, passando de 79.389 para 71.065 pessoas, respectivamente. No sentido oposto, o total de unidades locais industriais cresceu 1,7% no período, saindo de 1.858 estabelecimentos em 2014, para 1.889 em 2023. Os dados integram os resultados da Pesquisa Industrial Anual (Empresa e Produto) 2023, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo IBGE.
O número de pessoas ocupadas nas unidades locais industriais da Paraíba, com 5 ou mais empregados, apresentou uma trajetória de queda entre 2014 e 2019, passando de 79.389 para 65.326 pessoas, respectivamente, uma redução de cerca de 17,7% nesse período. A partir de 2020, observa-se uma tendência de recuperação, com o contingente de pessoas ocupadas crescendo até atingir 72.804 em 2022. No entanto, em 2023, o indicador voltou a recuar, chegando a 71.065 pessoas ocupadas. Apesar da melhora em relação ao ponto mais baixo da série, registrado em 2019, o nível de emprego formal na indústria paraibana permanece inferior ao patamar de 2014, com perda de 8.324 postos de trabalho em uma década.
A redução de 10,5% no número de pessoas ocupadas em unidades com cinco ou mais empregados, foi mais intensa do que a observada no Brasil (-3,6%) e no Nordeste (-3,9%) no mesmo período. Em contrapartida, o número de unidades locais industriais no estado cresceu 1,7%, enquanto no Brasil houve leve queda (-0,1%) e no Nordeste um avanço maior (3,7%). Na comparação entre 2022 e 2023, a Paraíba voltou a apresentar resultados contrastantes. O número de unidades locais cresceu 2,9%, mas o total de pessoas ocupadas caiu 2,4%. Já o Brasil e o Nordeste registraram crescimento tanto no número de estabelecimentos industriais (7,3% e 8,2%, respectivamente), quanto em pessoal ocupado, com 2,9% e 3,0%, respectivamente.
Do total de 71.065 pessoas ocupadas em 2023, 98,4% (69.924 pessoas) estava vinculado às atividades da indústria de transformação, enquanto a indústria extrativa respondia por 1,6% do total (1.141 pessoas ocupadas). Essa distribuição se manteve relativamente estável nos últimos dez anos.
A atividade com maior número de pessoas empregadas foi a Fabricação de produtos alimentícios, com 16.746 trabalhadores, seguida pela Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (12.019 pessoas) e pela Fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (8.584 pessoas). Juntos, esses três setores representaram 53,4% do total de pessoal ocupado na indústria de transformação estadual, evidenciando uma centralidade na dinâmica produtiva local. Observa-se que das 33 divisões industriais, apenas dez superam a marca de 2 mil ocupados.
Em relação ao número de unidades locais industriais, com cinco ou mais pessoas ocupadas, na Paraíba, observou-se uma tendência de relativa estabilidade em dez anos, embora marcada por oscilações. O quantitativo partiu de 1.858 unidades em 2014, atingiu um pico de 1.936 em 2015, e posteriormente enfrentou uma queda acentuada, alcançando o menor patamar em 2020 (1.679 unidades). A partir desse ponto, iniciou-se uma recuperação constante, culminando em 1.889 unidades em 2023, resultado esse que praticamente retorna ao nível de 2014.
Em 2023, a distribuição das unidades locais por atividade industrial revela uma forte concentração em alguns setores específicos. A Fabricação de produtos alimentícios lidera com folga, totalizando 485 unidades, seguida pela Fabricação de produtos de minerais não-metálicos (255) e a Confecção de artigos do vestuário e acessórios (127). Setores tradicionais, como bebidas, têxteis, produtos químicos e borracha e plástico também apresentam presença significativa.
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