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ECONOMIA

Petrobras quer novo reajuste de combustíveis

Conselho de Administração da estatal recentemente autorizou aumentos de 8% da gasolina e de 4% do diesel.

Publicado em 07/08/2012 às 6:00

A presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu ontem novo reajuste no preço da gasolina e do diesel no mercado interno.

Como a estatal compra combustível com preço mais alto do que o de revenda, a defasagem de preços é um dos fatores responsáveis pelo primeiro resultado negativo da companhia em dez anos, contabilizando um prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre deste ano. As informações são da Agência Brasil.

Graça Foster assegurou que, "de forma sistemática”, tem falado do problema com o Conselho de Administração da empresa.

Formado por integrantes do governo federal, como os ministros de Minas e Energia e do Planejamento, o órgão recentemente autorizou aumentos de 8% da gasolina e de 4% do diesel. Esses reajustes devem puxar para cima os próximos balanços. Os ajustes, no entanto, não foram suficientes para garantir a paridade entre os preços externo e interno.

"Conversamos sobre o reajustamento de preços, sim, na busca de 100% da paridade", afirmou à Graça Foster à imprensa, após a apresentação dos resultados. "Tenho que acreditar sempre que haverá reajustes e demonstrar com fatos e dados que, periodicamente - não instantaneamente, porque a política é de médio e longo prazo - [há necessidade de que] façamos correções.

A presidente da Petrobras também explicou que o resultado negativo da companhia reflete principalmente a depreciação do real em relação ao dólar e diz que o ideal para a companhia seria que a moeda estrangeira oscilasse entre R$ 1,95 e R$ 2. Como não há "bola de cristal para acertar nas previsões", declara que está "alerta às flutuações".

"O prejuízo não vem só por conta da defasagem de preços [dos combustíveis]. Tivemos uma valorização bastante expressiva do câmbio e esse resultado não foi surpresa para nós", afirmou, ao citar também o registro de poços secos, além da perda de valor do estoque de petróleo e derivados fora do país. "Tudo isso é que provoca o resultado ruim de R$1,3 bilhão de perdas".

Para reverter o prejuízo, a estatal informou ainda que pretende diminuir a dependência do mercado externo, do qual comprou U$ 6 bilhões de diesel e gasolina no primeiro semestre. Prevê ainda aumento do processamento nas refinarias, a entrada em operação da unidade Abreu e Lima (PE), de plantas de beneficiamento de diesel, e também aposta no aumento da adição do etanol à gasolina – o que permitiria importar menos deste combustível.

Graça Foster afirma ainda que, independente da autorização para aumento de preço dos combustíveis e do câmbio, é possível aumentar a eficiência da empresa e reduzir custos. "Ainda não chegamos ao limite de processamento [de combustível]", acrescentou o diretor de Abastecimento, José Carlos Consenza, que crê na reversão do prejuízo em breve.

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Jornal da Paraíba

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