ECONOMIA
Pix: como meio de pagamento entrou na rotina de brasileiros
De acordo com o Banco Central, em maio de 2023, o Pix já acumulava mais de 149 milhões de usuários no Brasil, sendo mais de 137 milhões de pessoas físicas.
Publicado em 10/06/2023 às 7:10
O Pix já se tornou uma realidade entre os brasileiros. Essa é uma afirmação com dados estatísticos atualizados constantemente, que mostram que a nova ferramenta tem sido parte da rotina e da vida financeira das pessoas. De acordo com o Banco Central, em maio de 2023, o Pix já acumulava mais de 149 milhões de usuários no Brasil, sendo mais de 137 milhões de pessoas físicas.
O novo meio de pagamento instantâneo começou a ser utilizado no Brasil em novembro de 2020. Criado pelo Banco Central, o sistema permite que os recursos sejam transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer horas ou dia. A plataforma permite aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, além de reduzir os custos para os usuários.
Números do Pix avançam
O Banco Central contabilizou R$ 83,4 milhões (?) em movimentações de pessoas físicas e jurídicas no primeiro mês de funcionamento do PIX, sistema que permite transferências bancárias de forma quase imediata em tempo integral. Em maio de 2023, último mês com dados divulgados pelo BC, o número já ultrapassa R$ 1 trilhão em apenas um mês.
A Região Nordeste, inclusive, é a segunda em percentual de transações realizadas. Cerca de 26% das transações realizadas no país são do Nordeste, perdendo apenas para o Sudeste, que concentra 42% dessas transferências.
Avaliando os dados anuais de forma completa, em 2019, os saques de dinheiro em caixas eletrônicos e agências somaram R$ 3 trilhões. Em 2020, o total caiu para R$ 2,5 trilhões e para R$ 2,1 trilhões, em 2021 e 2022.
Em 2020, as transações por meio do Pix somaram R$ 180 milhões. No ano seguinte, R$ 9,43 bilhões, e em 2022, R$ 24,05 bilhões.
Segundo o estudo do Banco Central (BC) Evolução de Meios Digitais para a Realização de Transações de Pagamento no Brasil, em relação ao valor médio das operações “há uso preponderante do Pix e dos cartões (especialmente o pré-pago) nas transações de valor mais baixo, indicando seu papel importante na inclusão financeira, deixando as transferências tradicionais como principais opções para transações corporativas, de valores substancialmente mais altos”.
Pix é escolhida na maioria como meio de pagamento
Os números do Banco Central mostram que o Pix tem tomado espaço de muitos meios de pagamento, mas não é uma unanimidade.
Em 2022, o total de transações realizadas com o pagamento instantâneo foi superior a 24 bilhões, passando os cartões de crédito (mais de 16 bilhões) e débito (15 bilhões).
O uso de boleto bancário ainda é o que está mais atrás na escolha dos brasileiros quando o assunto é meio de pagamento. Com mais de 8 bilhões de uso, a opção só tende a cair.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o sistema de pagamento mais utilizado pelos brasileiros é o Pix.
Além disso, a ferramenta tem se tornado cada vez mais essencial para o funcionamento dos pequenos negócios.
Segundo a terceira edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 52% dos microempreendedores individuais (MEI) consideraram a modalidade como o principal meio para receber pagamentos.
Mesmo com taxas de manutenção consideradas altas pelos MEI, o cartão de crédito ocupa o segundo lugar na preferência, sendo o meio mais usado por 20% dos microempreendedores. O dinheiro aparece em terceiro, com 12%.
Mesmo com taxas de manutenção consideradas altas pelos MEI, o cartão de crédito ocupa o segundo lugar na preferência, sendo o meio mais usado por 20% dos microempreendedores. O dinheiro aparece em terceiro, com 12%.
Principal forma de pagamento utilizada pelos clientes:
Microempreendedor Individual (MEI)
- Pix – 52%
- Cartão de crédito – 20%
- Dinheiro – 12%
- Cartão de débito – 6%
- Boleto – 4%
- Doc/Ted – 2%
- Outro – 5%
Micro e pequenas empresas
- Pix – 27%
- Cartão de crédito – 27%
- Dinheiro – 6%
- Cartão de débito – 8%
- Boleto – 18%
- Doc/Ted – 9%
- Outro – 5%
Transformações que o pix trouxe para o Brasil
A principal contribuição que o Pix trouxe para a população foi a inclusão financeira e, de certa forma, o aumento da bancarização - uma necessidade no Brasil diante da crescente corrida tecnológica dos meios de pagamento.
De acordo com o próprio Banco Central, ao final de 2021, quando as pessoas passaram a precisar ainda mais do sistema bancário com o isolamento social proporcionado pela pandemia, mais de 182 milhões de brasileiros já faziam parte das instituições bancárias.
A bancarização se trata da inclusão da população no sistema financeiro bancário, com ampliação do acesso das pessoas aos serviços financeiros, online ou não.
A chegada do PIX foi, sem dúvida, uma das responsáveis por esse impulsionamento, que de certa forma também foi responsável pela redução da circulação do dinheiro físico em todo o país.
A prova disso é que durante a pandemia da Covid-19 mais de 2,3 mil agências foram fechadas no Brasil, porque a internet também proporcionou um atendimento bancário virtual mais eficaz.
Os últimos três anos foram responsáveis por um impulsionamento na evolução da inclusão financeira no Brasil. Mas essa crescente só atingiu um pico porque já apresentava ganhos anteriormente.
Fim do DOC
As operações via Documento de Ordem de Crédito (DOC) para pessoas físicas e jurídicas serão encerradas até o dia 29 de fevereiro de 2024 pelos bancos associados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As operações de Transferência Especial de Crédito (TEC), feitas exclusivamente por empresas para pagamento de benefícios a funcionários, também serão encerradas neste mesmo prazo.
As modalidades de DOC e TEC perderam espaço para formas mais rápidas e mais baratas de transferência de recursos, principalmente após o lançamento do PIX.
Um levantamento realizado pela Febraban registrou que as transações via DOC em 2022 foram de 59 milhões de operações, 3,7% das 63,071 bilhões de operações feitas no ano.
Os outros meios de pagamento registraram números muito maiores que os do DOC:
- cheques (202,8 milhões)
- TED (1,01 bilhão)
- boleto (4 bilhões)
- cartão de débito (15,6 bilhões)
- cartão de crédito (18,2 bilhões)
- PIX (24 bilhões)
O encerramento das duas modalidades também foi motivado pela experiência e custo-benefício aos clientes. Outras modalidades de operação oferecem o mesmo serviço de maneira instantânea (TED) e sem custo (PIX, nas transações de menor valor).
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