População ocupada cresce 33%

Dados do censo mostram que a quantidade de mulheres paraibanas na população ocupada acima de 10 anos ou mais, entre os anos de 2000 a 2010, registrou uma variação de 33,1%, o que representa um acréscimo de 2,9% ano ano. Os números são superiores aos da masculina, em que foi observada uma oscilação de metade (17,4%) no mesmo período, que significa aumento de apenas 1,62% ao ano.

Em números absolutos, a população feminina ocupada subiu de 435.522 para 591.896 mulheres na passagem de 2000 para 2010. No total da população ocupada, a participação feminina subiu de 36,3% para 40%. Já a masculina caiu de 63,7% para 60%. Os dados são do Censo do IBGE, consolidados por Jorge Alves e o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Renato Silva.

O analista do IBGE, Jorge Alves, destacou que entre os anos 1990 e 2000 muitos homens perderam o emprego ou tiverem queda salarial por conta da instabilidade econômica vivida no período e a mulher surgiu para manter, ampliar ou prover a renda doméstica. “Com isso a participação das trabalhadoras no mercado formal cresceu, ao mesmo tempo que a sociedade também abriu mais espaço para elas nas diversas funções” .

O estudo apontou ainda a presença de trabalhadores atuando abaixo da jornada máxima legal, o que reflete mais a precarização das condições e relações prevalecentes nos mercados de trabalho (contratos informais, a tempo parcial, trabalho autônomo, avulso etc.), do que um sintoma de melhoria nas condições de trabalho dos que estão sujeitos às jornadas desta natureza.

Segundo o estudo, esta situação também é uma estratégia usada por alguns atores sociais, seja para conciliar a atividade laboral com os afazeres domésticos, como é o caso de muitas mulheres paraibanas e também brasileiras. Isso ocorre por vários motivos, seja para poder exercer mais de uma ocupação, muitas vezes para aumentar seus rendimentos, geralmente baixos.