Preços de alimentos oscilam até 83,1%

O segmento de alimentos vem puxando a alta da inflação este ano. Pesquisas realizadas por órgãos de defesa do consumidor na Paraíba revelam diferença de até 83,1% nos valores de alguns produtos entre um estabelecimento e outro. Para economizar, a pesquisa para os consumidores é fundamental.

Levantamento de preços realizado pelo JORNAL DA PARAÍBA com alguns estabelecimentos de diferentes áreas de João Pessoa, mostra que é possível economizar até R$ 3,39 a cada nove produtos da cesta básica comprados.

Nos estabelecimentos, foram observados produtos da mesma marca e quantidade e a soma dos preços unitários variou de R$ 18,23 a R$ 21,61, sendo o preço mais baixo verificado em um mercadinho localizado no bairro do Valentina e o preço mais alto em um supermercado no bairro de Manaíra.

A variação de preços revela uma diferença percentual de 15,64%, isso significa dizer que em uma feira mensal em que a família gasta R$ 300, a economia entre um supermercado e o outro pode chegar a R$ 47. Para efeito de levantamento, foram considerados os seguintes produtos óleo, feijão, arroz, café, macarrão, fubá, açúcar, leite integral e farinha de mandioca.

Antes de fazer compras, a dona de casa Elly Teixeira comentou que realiza pesquisas e procura comprar no local mais barato e que fica mais próximo de casa. “Antes de fazer a feira, eu vou, vejo os preços dos supermercados que ficam perto da minha casa e só compro onde é mais barato”, revelou.

Segundo especialistas, a diferença dos preços está atrelada à capacidade de negociação com do estabelecimento com fornecedores, ao custo de instalação onde o estabelecimento está localizado, além do valor agregado de outros serviços oferecidos, como por exemplo estacionamentos, ar condicionado e um suporte maior de funcionários à disposição.

Antes das compras então, o economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese), Renato Silva, revela que o consumidor deve fazer pesquisas e ponderar os aspectos importantes para ele, como por exemplo, preço, comodidade e localização do estabelecimento. “Se a pessoa busca a economia, os supermercados menores podem ter valores mais baixos, mas não oferecem todas as opções dos grandes supermercados”, ponderou.

Dos estabelecimentos em que foram levantados os preços, os supermercados de médio porte localizados em bairros da orla da capital e no bairro da Torre, mais próximo ao Centro da cidade, foram os que apresentaram os maiores preços na soma dos produtos pesquisados, ficando entre R$ 21,61 e R$ 21,33.

Já os supermercados que integram as grandes redes de varejo, os preços médios variam de R$ 19,92 a R$ 21,22 no somatório dos preços unitários dos nove produtos da cesta básica pesquisados. Esses estabelecimentos ocupam o segundo lugar entre os que possuem média de preços mais baratos.

O economista Cláudio Rocha alerta que antes de sair para fazer as compras, é preciso ponderar os gastos de deslocamento até o local. “Se você não vai comprar tanta coisa, às vezes o deslocamento até um supermercado que é um pouco mais barato acaba não compensando por causa dos gastos com combustível. Já se for uma compra maior, que dê para compensar o valor gasto com combustível, vale à pena ir mais longe”, ressaltou.

Com os menores preços, além dos pequenos mercados de bairros mais populares, também está em um hipermercado de autosserviço, localizado no bairro do Geisel. Nesses estabelecimentos, os preços variam de R$ 18,23 a R$ 19,72 nas compras considerando a compra de apenas um produto de cada variedade. No caso do hipermercado de autosserviço, considerando compras de mais de 20 unidades do mesmo produto, o somatório do valor dos nove itens cai para R$ 17,80.