ECONOMIA
Produção industrial volta a cair
Em novembro, a baixa na produção foi mais intensa desde o mês de junho do ano passado (-0,7%). Setor industrial acumula perdas de 3,2%.
Publicado em 09/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 01/03/2024 às 11:44
A produção da indústria caiu 0,7% de outubro a novembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã de ontem. O resultado representa uma piora frente ao mês anterior, quando houve uma leve alta de 0,1%.
A perda de novembro é a mais intensa na comparação mensal desde junho do ano passado, quando o setor registrou recuo de 1,7%. O resultado do mês ficou bem abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam alta de 0,5%.
Em relação a novembro de 2013, houve retração de 5,8%. Com o resultado, a produção industrial acumula queda de 3,2% no ano.
Em 12 meses, o índice também é negativo em 3,2%. A taxa representa a maior perda para o período desde dezembro de 2010 (-4,8%). Naquela época, a indústria ainda não havia se recuperado da crise mundial de 2009, que abateu o consumo e os investimentos no país.
Com o ritmo atual, é praticamente certo que o setor industrial fechará o ano com o mais fraco desempenho desde 2009, quando o recuo foi de 7,1%. O acumulado em 12 meses já supera a perda de todo o ano de 2012 (2,3%) e dificilmente o resultado de dezembro irá mudar essa situação. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a indústria mostra um desempenho mais fraco neste ano e opera num nível 6,8% inferior ao seu recorde de produção, em volume, atingido em julho de 2014.
"A cada mês o setor se afasta mais desse patamar."
Dentre os motivos para o esfriamento do ritmo de atividade industrial, diz, estão o acúmulo de estoques em importantes setores, como veículos, e consumidores e empresários mais pessimistas com o cenário econômico --o que posterga decisões de compras e investimentos.
Para se ajustar à demanda mais fraca, afirma, a indústria pisou no freio e cortou a produção a fim de evitar mais estoques indesejados.
DEMISSÃO
De acordo com Macedo, algumas empresas já adotaram medidas como demissões, corte de turnos, suspensão de contratos de trabalho ou férias coletivas para lidar com a conjuntura desfavorável.
SETORES
Pelos dados do IBGE, a forte queda no mês foi ditada pela retração dos setores de produtos alimentícios (3,4%), derivados de petróleo e biocombustíveis (1,1%), equipamentos de informática e eletrônicos (-4%), metalurgia (1,9%) e indústria extrativa (0,7%). Por outro lado, o bom desempenho de ramos como produtos diversos (11,9%), veículos (1,2%) e farmacêutico (3,6%) afastaram a possibilidade de uma retração ainda maior.
Já nas grandes categorias econômicas mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-9,1%) e bens de capital (-8,8%). especialmente pela redução na fabricação de automóveis (-15,0%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,5%), na segunda
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