ECONOMIA
Produto recém-lançado pode não ser vantajoso
Desvalorização do produto, devido ao rápido desenvolvimento de novas tecnologias, pode trazer grandes prejuízos ao consumidor.
Publicado em 03/10/2012 às 6:00
Basta surgir uma novidade no mercado tecnológico para aparecerem diversos consumidores interessados em comprar aquele produto. Televisores inteligentes, computadores super leves e smartphones com recursos nunca antes vistos. Investir nesses produtos é algo natural, o grande problema, segundo especialistas de mercado, é quando esse investimento torna-se fruto do simples consumismo, sobretudo porque, em muitos casos, depois de alguns meses do lançamento, o preço cobrado chega a ser reduzido pela metade.
A economista Socorro Braz falou que é preciso ir com calma na hora de comprar o produto, visto que nem sempre aquilo é fundamental para a vida do consumidor. “É preciso lembrar que aquilo que necessitamos é limitado, mas o que desejamos é infinito. Muita gente costuma desejar muito um produto, faz economia e consegue comprá-lo. Ao adquirir, percebe que não está satisfeito e já fica de olho no próximo. É importante pensar bem antes de uma compra, analisar se aquilo é uma necessidade ou se é desejo de consumo”, destacou.
Exemplo do efeito cíclico dos produtos tecnológicos são as televisões. Quando surgiu, a TV de plasma era algo inovador, artigo de luxo que podia ser encontrado por preço mínimo de R$ 4 mil. Meses depois, com o advento da tecnologia LCD e LED, a TV de plasma passou ser vista com maus olhos, produto antigo que, se encontrado no mercado, não custa metade do preço de lançamento. Uma TV 3D de 43 polegadas da Samsung, por exemplo, que há seis meses era vendida por R$ 2.999 em algumas lojas da capital, agora já é encontrada por R$ 1.499.
O estudante Gustavo Ribeiro, 22 anos, é um desses que se arrepende de ter investido em um produto pelo calor da novidade.
“Lembro que passei meses juntando dinheiro para comprar um tocador de MP3. Na época era novidade, meses depois o aparelho não custava nem um terço do que paguei”, relatou.
Para Socorro Braz, esse tipo de erro é comum quando o consumidor é aficionado por tecnologia. “É tudo uma questão de mercado. A entrada de um novo produto é interessante e as pessoas desejam ter a novidade. O problema é que seis meses depois de lançado aquele produto tem o preço diminuído. Isso porque a economia é uma ciência do escasso, quando poucos têm um produto ele tem valor alto, mas quando se populariza o preço tende a diminuir”, explicou.
Apaixonado por tecnologia, o administrador de empresas Vinícius Bezerra faz questão de comprar produtos que acabam de chegar às prateleiras. “Procuro sempre estar informado sobre lançamentos de novos produtos, pois nesses lançamentos podemos verificar as novas tecnologias que serão apresentadas e o que isso vai influenciar no mercado tecnológico”, disse.
A psicóloga Mônica Dias Palitot explicou que muitos dos produtos consumidos atualmente fazem parte de uma necessidade criada. “Tudo acontece muito rápido. Um produto comprado hoje em poucos dias será substituído por algo mais avançado. A pessoa passa a acreditar que a vida será bem melhor, supervaloriza o produto, cria uma necessidade que não existe”, apontou. (Especial para o JP)
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