ECONOMIA
Produtos orgânicos ainda são insuficientes na PB
Mesmo a Paraíba sendo o maior produtor de produtor orgânicos do Nordeste, volume não reduz forte importação de hortifrútis.
Publicado em 14/06/2012 às 9:00
A Paraíba foi destaque regional na pesquisa do Sebrae na produção de produtos agroecológicos no Nordeste, ocupando a primeira colocação. No entanto, apesar da posição na região, o volume do Estado é pequeno e insuficiente para suprir a demanda da população que consome ainda fortemente os produtos tradicionais, com adição de agrotóxicos. “Atualmente, o Estado ainda importa 85% dos hortifrutigranjeiros que consome”, estima o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba.
Para o presidente da Faepa-PB, faltam ao Estado incentivos e políticas públicas. “Nós começamos a ver o governo do Estado se articulando para melhorar a situação, mas a Paraíba ainda importa a maior parte dos produtos de granja. Ou seja, se nossa produção é baixa, só podemos continuar comprando de fora”, comenta.
Segundo a Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa-PB), em 2011, hortaliças e frutas representaram 96,21% do total de produtos mercantilizados pelas centrais de abastecimento (152,095 mil toneladas de frutas e 134,983 mil de hortaliças). Com a agricultura limitada e a obrigação de compra, a Paraíba deixa de gerar internamente renda, empregos e de elevar o mercado interno com a produção de 'hortifrútis', deixa ainda de investir e de dar preferência aos alimentos mais saudáveis, a exemplo dos orgânicos e com maior valor agregado.
O consultor em agricultura do Sebrae-PB, Newton Novais, diz que os alimentos orgânicos costumam render 30% a mais para o produtor rural no valor de venda, no comparativo com os tradicionais.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento contabiliza apenas 40 feiras a groecológicas no Estado para alimentar uma população de 3,7 milhões de pessoas.
No ministério, a área de orgânicos no Estado é de 149 hectares de área plantada, além de duas grandes fazendas, que abastecem os supermercados de Campina Grande e João Pessoa.
O consultor do Sebrae enumera dois fatores principais para a baixa produção agroecológica no Estado. “Existe uma resistência por parte dos produtores que não têm garantias de uma colheita sem agrotóxico, e falta uma divulgação sobre a importância de se consumir esses alimentos”, comenta.
O presidente da Associação de Supermercados da Paraíba, Cícero Bernardo, acredita que os produtos ainda são inacessíveis para a maior parte da população. “O consumidor ainda compra pelo preço e os tradicionais sobre orgânicos ainda levam vantagem", frisou.
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