Profissionais ganham destaque

Estatísticas do TSE apontam que o número de processos impetrados em ano não eleitoral no Brasil teve um aumento superior a 100% em sete anos. Em 2007, o total de processos foi de 4.367; em 2013, o volume saltou para 10.890. Como aconteceu na Paraíba há cinco anos, a tendência é que o resultado das urnas seja decidido nos tribunais, com advogados entrincheirados em ambos os lados, servindo como espada e escudo. A “judicialização” das campanhas eleitorais deve movimentar escritórios de advocacia especializados em direito eleitoral.

Outra categoria que será demandada mais, a partir deste ano, são os profissionais da contabilidade. Todas as prestações de contas dos candidatos deverão ser assinadas por um profissional de contabilidade. É o que determina, dentre outros aspectos, a Resolução 23.406/14 do TSE publicada no mês de março. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Paraíba (CRC-PB), Glaydson Trajano, classifica a medida como uma vitória da classe e afirma que cerca de 400 profissionais serão contratados nessas eleições. “A perspectiva é que o mercado sofra um aquecimento. Para os candidatos, passa a ser um fator de proteção, já que a presença de um contador no auxílio à prestação de contas é importante para garantir a transparência e a lisura”, frisa Trajano. Ele revela também que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) dispõe de material gratuito para atualização. “O Conselho irá realizar uma capacitação em Campina Grande e João Pessoa para os profissionais que ainda não conhecem a matéria”. O curso está sendo preparado para 300 pessoas.

O contabilista Anderson Caldas, especialista em auditoria e controladoria da 3S Soluções Contábeis, trabalha no mercado eleitoral desde 2006 e tem clientes fixos nessas épocas. “Não faço prospecção de clientes candidatos. Já trabalho com clientes que são do meio político, então nesse período eles já me procuram”, afirma. Segundo ele, a expectativa é que o faturamento aumente em torno de 10%, arrecadando em torno de R$ 7 mil com prestações de contas ao TRE. Segundo ele, a resolução deve “somar para a carreira dos contabilistas”, já que “coloca a necessidade de ter uma orientação profissional nas prestações”.