ECONOMIA
Protesto no porto causa desabastecimento na PB
Presidente do Sindipetro-PB afirmou que o protesto causou prejuízo para empresários e deixou a população desbastecida.
Publicado em 26/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/07/2023 às 12:38
A interdição por aproximadamente 30 horas nas ruas que dão acesso à central de abastecimento de combustível do Porto de Cabedelo, na Grande João Pessoa, trouxe prejuízos aos empresários dos postos de combustíveis da Paraíba que zeraram o estoque de gasolina e etanol. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omard Hamad, afirmou que os estabelecimentos que não esgotaram estoque chegaram bem próximo.
No posto JR, na Avenida Edson Ramalho, em João Pessoa, o gerente Severino Gomes Maciel afirmou que ficou sem gasolina comum durante todo o dia de ontem e a expectativa era de que o abastecimento só iria ocorrer hoje pela manhã. Com a falta do produto, ele disse que deixou de faturar R$ 8 mil. “Os prejuízos são incalculáveis não só para os empresários, mas também para a população. Somente pela manhã deixei de vender 5 mil litros de gasolina e à tarde também não chegou nenhum caminhão para abastecer”.
Já no Posto Cidadão, no bairro da Torre, também na capital, o gerente José Ivan Clemente, contou que ficou sem gasolina aditivada e etanol durante toda a manhã de ontem, deixando de vender cerca de 1.300 litros dos dois produtos. As perdas ficaram em torno de R$ 3 mil.
Omard Hamad, disse ainda que mais de 90% do combustível que chega aos postos de gasolina da Paraíba saem de Cabedelo e que, por essa razão, cidades do interior também sofreram com a falta de abastecimento. “Toda vez que ocorre este tipo de protesto é um mal-estar. Se na capital está faltando gasolina, imagine no interior, no Sertão?”, questionou.
O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campina Grande, Bruno Agra, confirmou a falta de combustível na cidade e municípios próximos. "Com certeza Campina e outras cidades ficaram desabastecidas. Mesmo quem tem veículo próprio e foi até o porto não conseguiu abastecer", disse.
INTERDIÇÃO
A interdição, iniciada na manhã da segunda, terminou pouco antes das 13 horas de ontem. Durante a mobilização, vários caminhões-tanques ficaram impedidos de pegar o combustível.
Segundo a moradora de Cabedelo Maria Cacilda dos Santos, o motivo do protesto foi porque a população pede melhor infraestrutura para a rua, que está cheia de buracos com o tráfego diário de caminhões. “Aqui sofremos muito com a poeira que prejudica nossa saúde. Os moradores também estão pedindo uma base de apoio para os caminhoneiros, que ficam estacionados em frente às residências", contou.
O integrante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Astronadec Pereira, disse que o movimento chegou ao fim da tarde depois de um encontro com o prefeito Leto Viana, que se comprometeu em liberar R$ 122 mil para melhorar a infraestrutura da rua.
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