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ECONOMIA

Receio de perda eleva abate

Estiagem não apenas gerou redução do rebanho, mas aumento de abate para evitar perdas totais.

Publicado em 16/12/2012 às 10:30


Estimulados pelo medo de perder os animais para a seca, muitos produtores rurais da Paraíba estão providenciando o abate do rebanho, ainda que o gado esteja desvalorizado no momento atual. Números do IBGE mostram que, de janeiro a setembro deste ano, cerca de 66,689 mil cabeças foram abatidas, índice 22,9% superior ao que foi registrado em 2011, cujos primeiros nove meses somaram 54,257 mil bovinos.

De acordo com a analista agrícola do IBGE, Fernanda Teixeira, a elevação do abate de cabeças bovinas constatada este ano tem relação direta com a estiagem.

“É o principal motivo. O produtor está procurando dar um encaminhamento a seu rebanho, do contrário todo o gado pode morrer. Aplicar no mercado acaba sendo a mesma opção, mesmo que os animais estejam mais magros e, provavelmente, desvalorizados. Isso vai depender não só da oferta de carne disponível, mas da demanda”, disse.

Os dados do IBGE, divulgados por trimestre, mostram que o abate do gado foi crescente ao longo do ano. Nos primeiros três meses de 2012, o Estado totalizou 20,748 mil cabeças abatidas, 11,8% a mais do que em 2011, quando esse número foi de 18,556 mil. No segundo trimestre, a variação chegou a 26,3% (de 17,950 mil para 22,665 mil) e nos três meses seguintes foi de 31,1%. No período de julho a setembro deste ano, 23,276 mil animais foram para o abate, enquanto no ano passado a soma foi de 17,751 mil.

“De fato, esses números foram crescendo com o passar dos meses, pois até julho ainda havia a esperança de chover. À medida que a seca foi se instalando, os produtores começaram a se desfazer dos animais, mas acredito que no quarto trimestre o abate não deve ser tão expressivo assim, justamente porque boa parte do rebanho já morreu ou foi vendido”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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