Redução de repasses para Sistema S: Buega Gadelha avalia que economia 'não resolve problema' do Brasil

O dinheiro que vai ser economizado com a redução das contribuições obrigatórias para as instituições do Sistema S não vai resolver o problema da falta de emprego no Brasil, acredita o vice presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o paraibano Buega Gadelha. Tanto o futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto o futuro Secretário Especial da Receita Federal, Marcos Cintra, defendem uma redução nos repasses que podem chegar a 50% e o objetivo seria desonerar a folha para gerar mais empregos. As declarações foram feitas entre segunda (17) e terça-feira (18).

Marcos Cintra ainda não falou de percentuais de redução das alíquotas obrigatórias que são repassadas ao Sistema S, mas segundo Buega, a economia seria de cerca de R$ 30 bilhões por ano. “Entraram 50 bilhões de dólares de repatriação [no país] e não vi nenhum efeito”, compara.

Em nota emitida na terça-feira pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a entidade fez menção à palestra que Cintra fez na instituição, mas diz que “é evidente que, como parte desta interlocução, será possível expor o papel fundamental desempenhado pelas entidades que compõem o Sistema S na formação da mão de obra e na parceria em áreas críticas e habitualmente desassistidas como saúde e educação.”

Buegam que também é presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep) faz coro e defende que a instituição foi criada em 1942 como resposta a um pedido do próprio governo e que são as próprias empresas que sustentam o sistema funcionando. “Não acreditamos que você vai desmantelar um sistema que está funcionando desde 1942, que emprega 740 mil funcionários e que já capacitou mais de 3,8 milhões de alunos”, avalia. Uma das ideias para substituir os serviços é o uso de vouchers para dar aos trabalhadores a opção deles escolherem onde desejam se capacitar. 

O que é o Sistema S

Sistema S é o termo que define o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica. Fazem parte do sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest). As federações das indústrias também compõem o sistema.