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ECONOMIA

Renda do Nordeste já atrai calçadistas do Sul

Responsável já pela maior parte da produção de calçados do país, o Nordeste vem se destacando pela sua força consumidora.

Publicado em 25/11/2012 às 8:00

O aumento do poder aquisitivo da população e o crescimento econômico pelo qual a região Nordeste vem passando nos últimos anos vêm chamando a atenção de empresários do Sul e do Sudeste do ramo calçadista.

Responsável já pela maior parte da produção de calçados do país, o Nordeste vem se destacando pela sua força consumidora, representando, junto com o Norte, uma participação de 25% no número de calçados consumidos em todo o Brasil.
O diretor comercial da Mariotta, Fernando Mott, explica a preferência da marca pelas duas regiões.

“Começamos um projeto de expansão há uns 5 anos, principalmente em função do crescimento econômico do Norte e Nordeste. Já estamos em estados como o Piauí, Maranhão, Ceará, Paraíba e Pernambuco, sendo que nossa intenção é de trabalhar mais forte ainda nas cidades de interior”, explicou Mott, calculando em 14% o consumo do Nordeste e em até 12% o crescimento anual das vendas da marca na região desde 2007.

Para o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, os programas de atração de investimentos por parte dos governos estaduais exercem papel fundamental no espaço que o Nordeste vem conquistando como produtor de calçados.

“Há 50 anos, o Rio Grande do Sul abrigava 50% dos empregos da indústria de calçados. Hoje, esse percentual é de 37%, enquanto o Nordeste vem logo em seguida, com 36%. Medidas como a redução do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], o apoio da Sudene, entre outros incentivos federais têm deslocado esses números”, explicou.

Os aspectos climáticos do Norte e do Nordeste fizeram com que a gaúcha Bebecê iniciasse um projeto de produção de calçados feitos especialmente para as regiões. Há dois anos, a marca abriu um escritório em Recife (PE), de onde 22 representantes espalhados pelos 16 estados são coordenados.

“A questão é que as marcas sulistas não estavam se destacando nessas regiões no período de inverno, por trazerem apenas calçados muito fechados. Foi por esse motivo que tivemos o interesse de dedicar uma parte de nossa produção para essas regiões, fazendo calçados específicos para esse clima o ano todo”, explicou o gerente regional Norte/Nordeste da empresa, Jarles Evanir Ellwanger.

Agora, cerca de 30% dos 18 mil pares produzidos por dia são focados no Norte/Nordeste, sendo que a empresa teve de triplicar a produção para atender à demanda nordestina.

Nos 2 anos de projeto, as vendas da Bebecê já cresceram 148,8% nas duas regiões. A Paraíba segue na terceira colocação em vendas entre os estados nordestinos. De acordo com Ellwanger, a marca tem uma participação de 1,2% no mercado paraibano.

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Jornal da Paraíba

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