ECONOMIA
Seca atinge o bolso dos consumidores
Devido a estiagem e aos altos custos dos alimentos, trabalhadores campinenses precisam trabalhar mais para custear despesas, aponta pesquisa.
Publicado em 09/04/2013 às 6:00
A forte seca que castiga a região Nordeste tem causado prejuízos para agricultores e produtores das mais diversas lavouras e rebanhos, e o reflexo dessa situação preocupante vem atingindo o bolso dos consumidores que estão pagando mais para alimentar a família.
Pesquisa da Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande (ACCG) e Sebrae realizada pelo Grupo 6 Sigma, que será divulgada, na íntegra, hoje, às 10h, mostra que, devido à alta nos preços dos produtos, o trabalhador campinense está tendo que trabalhar 18 horas a mais do que trabalhava em 2012 para ter condições de custear sua alimentação.
De acordo com a pesquisa, de março do ano passado para março deste ano, a cesta básica registrou um aumento de 37,3% em Campina Grande, passando a custar R$ 268,65, e os maiores acréscimos foram identificados no valor da farinha, tomate e banana, que tiveram alta de 156%, 153% e 124%, respectivamente.
Arroz, feijão e leite também registraram aumentos significativos, entre 25% e 34%. Desta forma, para conseguir colocar comida na mesa, o campinense está tendo que trabalhar 87 horas por mês somente para pagar pelos alimentos que consome, o que significa que 40% do salário é destinado para alimentação.
Os resultados da pesquisa apontam que a situação atual é igual à verificada em 2008, quando foram registrados os piores indicadores socioeconômicos em Campina Grande, avaliados pelo 6 Sigma. Levando em consideração que o salário mínimo deveria custear despesas que vão além da alimentação, o estudo indica que a remuneração mínima deveria ser de R$ 2.256,95.
A pesquisa ainda calcula que, de acordo com o valor da cesta básica esperado com a inflação e o valor verificado com os efeitos da seca, a perda individual do trabalhador campinense, por mês, em 2013, será de R$ 60,60. O resultado completo da pesquisa será divulgado no auditório da Associação Comercial, na avenida Floriano Peixoto, no Centro da cidade.
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