ECONOMIA
Seca provoca busca por outros negócios como alternativas
Reunido em cooperativas ou grupo familiar, pequenos agricultores do Sertão buscam alternativas para resistir ao longo período de estiagem que assola esses locais.
Publicado em 06/12/2015 às 8:00
O artesanato, a produção de alimentos e de itens manufaturados, por meio do trabalho em cooperativas ou grupos de agricultores familiares, têm se intensificado nas regiões semiáridas da Paraíba. Essas são algumas das estratégias buscadas para resistir ao longo período de estiagem que assola esses locais e que, agregados a impactos ambientais como a desertificação e a escassez de água, têm dificultado a subsistência de várias famílias. “A gente tem a agricultura pra viver e quando aperta, como agora com essa seca, temos que nos unir. Temos que buscar alguma alternativa que ajude a viver. No meu caso, é fazer tapetes”, contou a agricultora Eliane Fernandes, 38 anos, moradora da cidade de Caturité, no Agreste.
A versatilidade da agricultora é um exemplo de que, mesmo em condições adversas, é possível encontrar saídas para se manter. Eliane expõe seus produtos em feiras realizadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), onde consegue divulgar sua produção e recebe encomendas para novas peças. Graças a isso, ela conta que tem conseguido auxiliar no sustento da casa, onde mora com marido e mais dois filhos. “Dá pra se organizar e tirar uma ajuda, e desse jeito vamos vivendo”, disse.
Assim como Eliane, a agricultora Maria do Carmo Pereira, 55 anos, moradora da cidade de Puxinanã, encontrou na culinária regional uma alternativa para o seu sustento. Com o auxílio da irmã e da filha, ela faz bolos, sordas, doces e outros produtos, todos à base de macaxeira. Ela faz parte de uma associação de 27 pessoas, que se uniram com o mesmo objetivo. “Para viver da agricultura é sempre assim, tem tempo bom e outros não. Por isso, já estamos acostumados a procurar saída. Agora, a situação ficou mais difícil porque além de chuva, não temos água para irrigar, e o jeito é se desdobrar e se unir também”, comenta.
Foi com base nessas iniciativas e para incentivar a troca de experiências, comercialização, articulação dos agricultores e valorização da agricultura familiar que a Emater realizou na última sexta-feira a V Mostra Regional da Agricultura Familiar, na Praça da Bandeira, em Campina Grande. O evento, que teve como tema “Gerando Inclusão Produtiva e Social" reuniu agricultores familiares de 22 cidades da região Borborema, a exemplo de Lagoa Seca, Pocinhos, Puxinanã, Caturité, Queimadas, Areial, dentre outras.
Segundo a assessora de comunicação do órgão, Madalena Maciel, o objetivo da feira é fortalecer esse tipo de iniciativa que tem ajudado a melhorar a vida desses agricultores. “Damos apoio logístico e técnico para que eles encontrem formas de se manter. Se a agricultura não está rendendo, essas pessoas devem ter outras formas de subsistência”, destacou.
Feira promove 28 expositores em Picuí
Os empreendedores do Curimataú e Seridó paraibano terão a oportunidade de promover seus produtos e serviços na 5ª Feira de Negócios da região, em Picuí. Durante dois dias de atividades, serão realizados desfile de moda, noite de talentos, apresentações culturais e artesanato.
O evento, que começou ontem, vai até este domingo, na Escola Ana Maria Gomes, e vai contar com a participação de 28 expositores de diversos segmentos. A expectativa é receber 800 visitantes por dia.
Segundo a gerente do Sebrae em Araruna, Heloísa Mirelli Diniz, a feira é realizada em um momento que os negócios locais precisam ampliar as vendas, dias antes do período de Natal. Durante a feira haverá comercialização de produtos regionais, o fortalecimento da cultura local e a integração de diversificados setores da economia".
A ideia é fomentar, cada vez mais, o empreendedorismo existente no Curimataú e no Seridó paraibanos. O evento contempla também a participação de atrações artísticas e musicais para valorizar a região”, disse.
A iniciativa espera atender todas as cidades do entorno de Araruna, preparando o empreendedor local para o desenvolvimento e inovação.
Comentários