ECONOMIA
Sem atlas eólico, Paraíba perde competitividade
Falta de atlas coloca a Paraíba em desvantagem em relação aos demais estados, sobretudo os do Nordeste.
Publicado em 13/04/2014 às 8:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:18
Apesar de apresentar o 4º melhor desempenho do Nordeste, em relação ao percentual de participação na geração de energia, a Paraíba vem perdendo nos últimos anos espaço na expansão da energia eólica na Região. No boletim das usinas eólicas, publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Paraíba aparece com apenas 2% da participação, ficando atrás da Bahia (12%), Rio Grande do Norte (20%) e Ceará (34%).
A falta do atlas eólico, que identifica os melhores locais para a implantação de parques e usinas, coloca a Paraíba em desvantagem em relação aos demais estados, sobretudo os do Nordeste, onde se concentra 80% da produção do país.
Segundo Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o percentual de produção da Paraíba (2%) é considerado baixo exatamente porque o maior potencial desse tipo de energia está no Nordeste.
Elbia disse que todos os estados que almejam o sucesso devem ter seus respectivos mapas eólicos. “O Nordeste como um todo é um grande produtor e muitos estados da Região já possuem os mapas. Quem não têm, como é o caso da Paraíba, perde espaço”, declarou. “Se falta o mapa, não dá nem para dizer qual o potencial da localidade, e essa falta de informação afasta possíveis investidores”, explicou a presidente da associação. Sem o mapa, a Paraíba tende a apresentar declínio na produtividade. “Quem hoje quiser investir na Paraíba vai ter que arriscar, é diferente de quem decide investir em estados que possuem o atlas”, pontuou.
O Nordeste se destacou em relação ao aumento da capacidade, atingindo 1.461 MW provenientes de 60 usinas em janeiro deste ano. Dessas, 12 estão na Paraíba. O crescimento foi de 25,3% em comparação a janeiro de 2013. Esse valor, segundo o boletim, representa 66% da capacidade total de usinas eólicas do país. No submercado Sul, a capacidade registrada foi de 723 MW, equivalente a 33% em um universo de 29 usinas e a um crescimento de 11,6% em relação a janeiro do ano passado.
Segundo o boletim, em 2013 no submercado Nordeste houve oscilação do montante gerado entre janeiro e março, redução em abril e aumento a partir de maio, com pico registrado em outubro. De acordo com a CCEE, a geração nesse submercado apresentou aumento de 39% em janeiro de 2014, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O estado do Ceará – que possui 20 usinas, oito a mais que a Paraíba – foi o destaque do Nordeste, por apresentar maior geração de energia.
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