ECONOMIA
Sem incentivo fiscal, 75% das indústrias fecham em João Pessoa
Acirramento da “guerra fiscal” entre os Estados da região provocaram a redução de mais de 75% das indústrias instaladas no Distrito Industrial nos últimos 25 anos em JP.
Publicado em 09/08/2009 às 9:07
Jean Gregório, do Jornal da Paraíba
Fim dos incentivos fiscais concedidos pela antiga Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e o acirramento da “guerra fiscal” entre os Estados da região provocaram a redução de mais de 75% das indústrias instaladas no Distrito Industrial nos últimos 25 anos em João Pessoa. No final da década de 80, havia cerca de 110 indústrias, mas atualmente não passam de 25, segundo dados levantados pelo Centro das Indústrias do Estado da Paraíba (Ciep).
Leia a reportagem completa no Jornal da Paraíba.
Já o Cadastro Industrial da Fiep (Federação das Indústrias do Estado da Paraíba) revela que em 2008 era ainda menor. Apenas 17 empresas entre médias e grandes estavam instaladas no Distrito Industrial da capital, que este ano completa 40 anos. A Ciep não detalhou a lista das indústrias que permanecem ativas no local.
Além de galpões abandonados, muros desmoronados, as vias de escoamento da produção industrial estão esburacadas. Por falta de reparo, os buracos de algumas ruas se transformaram em verdadeiras “crateras”. Alguns moradores do bairro das Indústrias foram contratados para evitar roubos de telhados e depredações. O vigilante Damião Silva de Araújo diz que há quatro anos toma conta de um prédio onde funcionava uma fábrica de tintas.
A renúncia fiscal, a isenção do principal tributo estadual (ICMS) às indústrias para se instalarem na Paraíba por até 15 anos, já mostra reflexo na receita estadual. De acordo com os dados do Ciep, a indústria de transformação perdeu participação na composição da receita do Estado.
Em 2003, a indústria, que representa o setor secundário, participava com 22,1% da receita tributária estadual e caiu para 18,1% no ano passado, uma queda de quatro pontos percentuais enquanto o terciário (representado pelo comércio e serviços) cresceu de 47% para 49,5% no mesmo período. Para se ter uma ideia, a participação da indústria na receita do Rio Grande do Norte era de 24,1%, seis pontos a mais que a paraibana no ano passado.
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