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ECONOMIA

Setor de calçado acumula queda nas exportações

As exportações no setor na Paraíba apresentaram queda de 13,6% no número de pares vendidos nos primeiros nove meses deste ano.

Publicado em 29/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:36

A Paraíba registrou a maior queda no país entre os dez principais Estados exportadores de calçados. As exportações no setor na Paraíba apresentaram queda de 13,6% no número de pares vendidos nos primeiros nove meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2012. O faturamento também foi 15% menor este ano, que fechou em US$ 70 milhões sobre os nove meses do ano passado (US$ 82,374 milhões). Apesar da retração, o Estado se manteve como o segundo maior volume exportado em pares do país. (veja o quadro).

Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Até o mês passado, foram embarcados para fora do país 18,726 milhões de pares enquanto no ano passado este volume chegou a 21,662 milhões.

O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados da Paraíba, Eduardo Souto, afirmou que mesmo com este resultado, a Paraíba permanece em segundo lugar em pares exportados no país, perdendo apenas para o Ceará (37,904 milhões de pares).
“O Rio Grande do Sul só ganha da Paraíba em faturamento, mas perde em número de pares vendidos porque o produto tem valor agregado”, frisou Eduardo Souto.

No levantamento da Abicalçados, o faturamento até setembro no Rio Grande do Sul foi de US$ 290,117 milhões e o número de pares exportados foi de 12,107 milhões, o que significa dizer que o par custa cerca de US$ 23,960. Já o valor do par do calçado paraibano é US$ 3,739. Com isso, o produto paraibano é seis vezes mais barato do que o preço do produto fabricado no sul do país.

Mesmo sendo o segundo maior exportador de calçados do país, a Paraíba registra o terceiro mês fraco nas exportações do segundo semestre deste ano. Um dos facilitadores para a queda das exportações na Paraíba pode ser a concorrência por preço. Esta é a opinião da gestora do Projeto de Fortalecimento das Indústrias de Calçados do Sebrae Paraíba e parceiros, Éricka Vasconcelos. “Nós temos grande dificuldades de chegar aos preços chineses que têm um custo de produção ainda muito baixo comparado aos nossos”.

De acordo com ela, como a produção da Paraíba ainda é em grande parte para classe C e D, o preço é um valor fundamental. Éricka Vasconcelos afirma ainda que outros fatores que interferem na queda de exportações das micro e pequenas empresas, é a alta de demanda do mercado interno, fazendo com que eles optem por produzir para dentro do mercado.

SETOR TAMBÉM REGISTRA QUEDA NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

A geração de empregos no setor de calçados da Paraíba de janeiro a setembro deste ano também foi negativo (-10 postos) contra as 733 vagas criadas no mesmo período do ano passado.

Sem acréscimos este ano, o estoque de empregos no setor calçadista reduziu de 14.891 em setembro do ano passado para 14.766 no último mês. A Paraíba tem o 3º maior volume de empregos do setor no Nordeste e o 6º do país. Na região, os estados do Ceará (64.797) e da Bahia lideram (27.658).

Assim como julho e agosto, os números exportados em setembro ficaram bem abaixo da média de 2,6 milhões de pares/mês exportados no primeiro semestre. Em setembro, os números exportados foram de 1,5 milhão. Em agosto, o pior mês das exportações, a média foi menos de 700 mil pares exportados.

Segundo Éricka Vasconcelos, a baixa nas contratações está ligada à redução nas vendas e troca do uso de mão de obra humana por máquinas. “Com a redução das vendas a tendência é que caiam os postos de trabalho. Mas se formos ter uma visão mais otimista dessa situação poderíamos dizer que a redução de postos de trabalho também é consequência da automação das empresas”, contou.

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Jornal da Paraíba

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