ECONOMIA
Setor de serviços cresce 15% na PB
Estado teve crescimento nominal de 15,1%, quando comparado com o mesmo período do ano passado, superando os índices anteriores.
Publicado em 19/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37
A Paraíba mais uma vez se destaca no faturamento do setor de serviços e registrou o melhor mês do ano, assim como o setor do comércio. Segundo Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) em julho deste ano, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado teve crescimento nominal de 15,1%, quando comparado com o mesmo período do ano passado, superando os índices anteriores. Com o resultado, a Paraíba saltou para o 3º lugar no ranking dos Estados nordestinos com maior alta, ocupando o lugar do Maranhão, que aumentou em 8,1% sua receita em serviços.
Ceará e Bahia foram os únicos estados à frente da Paraíba, com crescimentos nos faturamentos nominais em 17,4% e 16%, respectivamente. As três unidades da federação cresceram acima da média nacional, que em julho foi de 9%. No acumulado do ano (janeiro - julho), o aumento também é percebido, mantendo-se as mesmas posições no ranking: Ceará (15,6%), Bahia (11,6%) e a Paraíba (10,6%), que ficou empatado com o Maranhão.
Comparando as unidades da federação de todo o país, a Paraíba ocupa o 5º lugar entre os estados com maior crescimento no faturamento nominal de julho. À frente ficaram Mato Grosso (23,5%), Tocantins (17,7%), Ceará (17,4%) e Bahia (16%). No país, os serviços prestados às famílias cresceram 12,8%, com destaque para os serviços de alojamento (meios de hospedagem) e alimentação (13,7%) que puxa de aumento na receita nominal em julho.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Marcos Mozzini, uma das razões para a alta no faturamento nominal é a mudança do perfil do consumidor, que nos últimos meses passou a procurar mais os serviços de alimentação fora de casa. “A Lei das Domésticas pode ter influenciado essa questão. O custo com empregado doméstico aumentou muito e as pessoas estão preferindo comer fora ao invés de pagar para uma pessoa fazer sua comida em casa”.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado da Paraíba (ABIH-PB), Inácio Pereira Júnior, o aumento também é consequência da valorização da moeda norte-americana. “ O aumento está ligado à alta do dólar, que fez o brasileiro optar por viagens nacionais. Aqui no Nordeste, por exemplo, a principal concorrência é Miami e Europa. Com alta do dólar, os turistas preferiram viajar internamente”, apontou.
No país, a receita bruta do setor de serviços cresceu 9% em julho em relação a julho de 2012. A receita bruta acumula alta de 8,6% no ano.
PESQUISA MOSTRA ALTA "IRREAL", DIZ ENTIDADE
Como a Pesquisa Mensal de Serviços só investiga a receita bruta sem dedução de impostos e contribuições incidentes, o crescimento dos setores pode não condizer com a realidade vivida pelo setor, conforme defendeu Marcos Mozzini, presidente da Abrasel.
“Se você cortar a inflação, esse valor diminui bastante. É um dado que não espelha a realidade. Ao mesmo tempo que aumenta o faturamento nominal, crescem também os gastos do setor. Os alimentos tiveram inflação maior que os demais setores, isso faz com que os empresários precisem gastar muito mais com seus negócios”, disse.
Segundo Mozzini, outro fator que contribui para esse crescimento “irreal” seria a variação cambial, que afeta diretamente o faturamento dos alimentos. “A alta do dólar elevou o preço de diversos produtos. O trigo e seus derivados (macarrão, pão) ficaram mais caros para o consumidor e restaurantes”, disse.
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